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sábado, 6 de outubro de 2012

BENONI ALENCAR, UMA HOMENAGEM NECESSÁRIA !

MATÉRIA RETIRADA DO PORTAL DO SIND-JUSTIÇA


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BENONI ALENCAR, algumas palavras a mais, em homenagem ao nosso valoroso companheiro! 

Por VITORIA REGIA - CAPITAL - REGIONAL PAVUNA - 2ª VARA CÍVEL DA REGIONAL PAVUNA em 05/10/2012


Companheiro Benoni fará falta sempre, por tudo que ele significou em sua trajetória de luta em vida, seja como cidadão, jornalista ou sindicalista, sempre com seu jeito despojado de ser, mas muito verdadeiro, com uma consciência ímpar de resistência necessária diante das injustiças em seu caminho, em que suas dificuldades físicas nunca diminuíram sua capacidade de luta.

Neste um ano de sua partida, cada um de nós que o conhecíamos , lamenta esta grande perda, sem esquecermos de seu grande exemplo para todos e todas, principalmente quando procurávamos respostas as ausências dos demais colegas nas lutas, durante as muitas greves que já fizemos em busca da dignidade perdida, pelo descumprimento de preceitos básicos constitucionais. Por muitas vezes nos perguntávamos, onde estão nossos colegas para ombrear estas lutas tão difíceis conosco, nos deixando reféns das arbitrariedades da Administração, naqueles momentos em que as mobilizações e a participação da categoria estavam mais fragilizadas? Por que nos deixavam tão sozinhos? Por que todos queriam o melhor em seus contracheques, mas não chegavam juntos para esta busca? Por que tantos de nós, com a saúde perfeita, sem grandes problemas familiares a enfrentar se omitiam das trincheiras de luta? Perguntas e perguntas com poucas respostas. Mas do companheiro Benoni Alencar, nunca poderíamos dirigir estes questionamentos, e daí surge por sua prática e sua história de vida um grande exemplo para os inúmeros colegas acomodados ou distanciados de nossas lutas, muitas vezes sem qualquer justificativa compreensível. Companheiro Benoni, vítima de um AVC e com várias sequelas do mesmo, além de trazer em seu peito a amargura da perda de sua esposa de anos atrás, também jornalista, e também assassinada num ato de covardia, e isso não é só! Também tinha que lidar diariamente com a dificuldade de locomoção, usando muletas! Apesar deste cenário de dificuldades, Benoni estava lá, presente, vindo de Rio das Ostras, representando sua comarca junto de nós! Benoni Alencar estava lá, presente! Ele não se omitia das lutas, apesar de muitas e muitas razões para dela se afastar. Pois é , Benoni, já um senhor de cabeça branca, com metade destes predicados já seria um grande exemplo de reflexão para muitos e muitas de nossos colegas, imaginem então com todos eles? É por isso que neste um ano de sua ausência não podemos deixar de lembrar este grande querido guerreiro e de todos os seus predicados que referenciam nossas lutas, e fazer tantas reflexões possíveis quanto aos exemplos de ética e coerência de opção de vida, em sua participação nestas mesmas lutas que travamos, que não foram poucas e nem fáceis. Saber que este grande companheiro também foi vitimado pelos desmandos criminosos da ditadura civil militar, sendo torturado e preso, e posteriormente quando dela indenizado, ter aberto mão dos valores recebidos para uso pessoal e tudo aplicar numa biblioteca popular em Palmital, um bairro de periferia em Rio das Ostras, é mais um motivo de orgulho em termos este companheiro entre nós, pois o patrimônio do conhecimento que os bons livros nos trazem , é uma riqueza espiritual e de consciência que enriquece nossos sonhos e vida, que ninguém nos tira, isso tudo não tem preço! Tudo que comento aqui, num momento de saudade desde grande companheiro, denota a grandeza deste valoroso ativista, que continuará sempre entre nós por todas as lições de vida que nos deixou. Benoni vive em nossos corações, memória e em todas as lutas que já empreendemos e que ainda nos esperam. Em todo verdadeiro lutador haverá um Benoni Alencar, em seu caminho e mente, para lhe fortalecer por uma vida toda, e nos impulsionar ao porquê de se lutar, ultrapassando muito chão e muitas estradas, do interior a capital, do material a ética. Faço-lhe esta humilde homenagem , pois não pude, por motivo de trabalho, estar presente no ato e nem na missa em sua homenagem, o que muito lamento, pois gostaria de ter participado. Às vezes por sermos ativistas sindicais em função de chefia na serventia, nos obriga a situações que não são as que desejamos, como ausências e atrasos nas atividades sindicais, ainda que tenhamos o ponto liberado, mas que temos que cumprir sob pena de sérios problemas futuros com a Administração, como em um destes casos foi o da inspeção cartorária do sistema SIGA, que pela data e hora marcadas pelo NUR, impediu minha presença na missa. Porém, Benoni não pode ter um único dia ou um único momento para ser lembrado e homenageado. Estas lembranças e homenagens não têm dia e hora, este companheiro merece não ser esquecido sempre, por tudo que representa para todos e todas nós. Que a decisão unânime de todos os delegados sindicais no CRZ que a aprovou, quanto ao acompanhamento pelo nosso sindicato na apuração do Inquérito Policial que tramita em Casemiro de Abreu, seja uma realidade a se concretizar como anseio de toda uma categoria da qual este companheiro fazia parte.


POR TUDO QUE FOI DITO E O NÃO DITO, PEDIMOS JUSTIÇA URGENTE, NA APURAÇÃO DOS FATOS QUE VITIMARAM O VALOROSO COMPANHEIRO BENONI ALENCAR! NÃO A IMPUNIDADE!


COMPANHEIRO BENONI ALENCAR PRESENTE!


vitória régia
Delegada Sindical da Regional Pavuna

MATÉRIA ABAIXO RETIRADA DO JORNAL "O POLIFÔNICO ELERÔNICO"


Brasil, Cidade, Política, Polifonia em Poesia, TV O Polifônico

Luto na redação d’O Polifônico: Morre o jornalista Benoni Alencar

Por Leonor Bianchi
Rio das Ostras – O Polifônico está de luto. Morreu subitamente nesta terça-feira, 27, aos 66 anos o jornalista Benoni Alencar. Natural do Piauí foi um homem lutador, que deixa um enorme legado para todos, sobretudo para a juventude de Rio das Ostras, com quem sempre gostou de dialogar em seus últimos anos de vida.
Ícone das lutas dos trabalhadores, atuou em partidos de esquerda durante toda a vida chegando a ser perseguido e preso durante a ditadura militar.
Nos últimos anos vinha defendendo a linha de pensamento apresentada por militantes do PSOL e tornou-se fundador do Núcleo do PSOL Rio das Ostras ao lado de outros jovens militantes.
Em sua casa, no Palmital, promovia verdadeiros seminários sobre política, filosofia, sociologia… foram muitos os amigos que ali compartilharam momentos inesquecíveis de grande troca e aprendizagem.
No dia 12 deste mês estive com Benoni pela última vez. Em uma visita de rotina jornalística para ‘cobrir’ o nosso poder judiciário, nos encontramos no corredor do Fórum e cheguei a indagar: Mas ainda por aqui, camarada? E ele, sorrindo, disse: “Ainda… faltam seis meses, Leonor, para eu conseguir descansar…”
Ele recebia naquele dia o companheiro do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, Vilson Siqueira, que estava em campanha para o pleito da nova direção do sindicato, pela chapa 2, Renovação Já!. Benoni concorria pela chapa na Coordenação de Aposentados, Pensionistas e Segmentos, da Regional Lagos. As eleições acontecerão nos dias 4, 5 e 6 de outubro.
Este ano, em junho tive a oportunidade de registrar um dos últimos momentos públicos de Benoni em plena militância. O contexto era a Marcha da Liberdade e dezenas de jovens e moradores de Rio das Ostras tomaram a Praça José Pereira Câmara.
O jornal Piauí Hoje, deu uma nota sobre o falecimento do jornalista em sua edição online, na qual diz: “Ele foi um grande líder estudantil na época da ditadura militar ao lado de ex-deputado federal Antônio José Medeiros. Na época, por sua forte atuação no movimento estudantil foi preso em Teresina. Após perseguições políticas, fugiu para o Rio de Janeiro, onde morou até hoje. Era conhecido com o codinome “Geovane de Valença”. 
Atualmente, Alencar trabalhava no Tribunal Estadual de Justiça em Rio das Ostras-RJ. Ele também conseguiu ser anistiado pelo Governo Federal como uma das vítimas da ditadura.”
Em 2010 fiz uma sequencia de fotos quando nos encontramos em frente ao Boi na Brasa… o engraçado foi que ele não percebeu que eu estava ali fazendo as fotos e quando finalmente olhou em minha direção, espantou-se! Chegou a dizer depois: “Pensei que era alguém daqueles tempos…” Nos abraçamos e rimos bastante…
Em 2008, em visita a uns amigos no Maranhão, passeando pela praia de Aracagy, ele escreveu o poema:
Os ventos de aracagy são vários
Tão vários quanto
Cabritos do mar
Os ventos do aracagy
Se aquecem de sol,
Por isso são tépidos
E cabrioleiam por
Entre as pernas das mulheres
Levantando as saias
Aquecendo coxas
Como tépidos cabritos do mar
São moleques
Que arracam das mãos
Um poema
E o levam pra longe
Por pura molecagem
Para se divertir
com a aflição oceânica
São Luís 19/06/08.

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