(por: Plenária dos Servidores Estaduais)
A realização dos chamados grandes eventos no Brasil escancarou toda a subserviência dos governos aos interesses de banqueiros e grandes empresários. A “crise financeira”, desculpa para a aplicação de planos de retirada de direitos dos trabalhadores, não atinge os gastos bilionários na realização das Olimpíadas. O último grande aporte no Estado do Rio feito pelo governo federal, no valor de 2,9 bilhões de reais, será utilizado unicamente na segurança dos jogos.
Enquanto isso, todo o setor da educação estadual segue em greve sem ter suas principais reivindicações atendidas. O parcelamento de salários da esmagadora maioria dos servidores ativos, aposentados e pensionistas virou rotina e o governador Dornelles só pensa em Olimpíadas. O sucateamento da educação e da saúde aumenta enquanto a cidade do Rio de Janeiro é maquiada para receber turistas e atletas.
O Estado do Rio de Janeiro encontra-se em estado de calamidade depois que isenções bilionárias foram concedidas a grandes empresários pelos governos Cabral/Pezão. Também foi criminosa a negociação em bolsa de valores nos EUA do Rioprevidência. O atual governador aprofunda o ataque às finanças do Estado querendo se desfazer de bens públicos e anunciando a privatização da CEDAE.
Obras mal feitas põem em risco a população
Virou rotina na cidade do Rio de Janeiro a inauguração apressada das obras. Depois que a ciclovia da Avenida Niemeyer ruiu vitimando duas pessoas, o VLT saiu dos trilhos no seu primeiro dia de operação e o novo elevado ligando o bairro de São Conrado à Barra apresenta buracos em suas pistas. O próprio Tribunal de Contas do Estado já alertou que será uma temeridade inaugurar a Linha 4 do metrô sem que testes sejam feitos antecipadamente.
As remoções de moradias populares, a equivocada política das UPPs e o sucateamento dos serviços públicos formam parte desse legado olímpico. O comportamento do prefeito Eduardo Paes é o de um gerente das grandes empresas. Para a população não sobra nada. Nem mesmo durante os jogos poderão ter o seu direito de ir e vir assegurados. Tudo para que a mídia mostre esse evento como uma conquista de todos os brasileiros quando sabemos que os seus reais interesses são escusos.
Greve Geral para barrar os ataques dos governos
O ajuste fiscal gestado no governo Dilma/PT e ampliado com Temer/PMDB, contando com a simpatia de todos os governadores de Estado, implicará numa redução brutal do padrão de vida dos trabalhadores. As reformas da previdência e trabalhista, a PEC 241 e o PLP 257, dentre outras medidas, precisam ser barradas por uma luta ampliada reunindo trabalhadores da cidade e do campo em todo o território nacional. O exemplo da Greve Geral no Estado do Rio deve ser levado para o restante do país.
Os governos, a mídia e os empresários atuam para que os Jogos Olímpicos sejam um sucesso aos seus planos que se encontram diametralmente opostos aos interesses dos trabalhadores: os governos querem se perpetuar passando a ideia de que foram bons gestores; a mídia que noticiar que está tudo bem no país e os empresários querem encher mais ainda os seus bolsos. Caberá aos trabalhadores inverter essa lógica, unificando suas lutas e participando da Greve Geral no dia 06 de julho, paralisando suas atividades, ocupando as ruas e denunciando a farsa das Olimpíadas.
(O MOS conclama os trabalhadores que não estão em greve - como no caso da classe serventuária - a estarem presentes no protesto que terá concentração na Candelária, Centro da cidade do Rio, a partir das 15h nesta quarta-feira 06/07/16. Colegas chegarão mais cedo ao trabalho ou compensarão horário para poderem comparecer a esta importantíssima manifestação. Venha, pois a situação é grave, e a mobilização, essencial.)
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