No mês em que é comemorado o Dia do Servidor Público, somos "presenteados" com notícias nefastas, trazidas por um dos principais jornais do país, que afirma que o governo do Estado do Rio de Janeiro não sabe se terá recursos para pagar os seus servidores no segundo semestre de 2024, isto é, daqui a 8 meses!
Ainda foi amplamente noticiado, mais uma vez, que o ex-governador do estado Pezão e o ex-presidente do RIOPREVIDÊNCIA estão sendo processados por prejuízo superior a 192 milhões de reais por malfeitos naquele instituto e também em consequência da maldita operação Delaware ocorrida no desgoverno Cabral.
Não só os jornais nos alertam, a Auditoria Cidadã da Dívida vem, há anos, chamando a atenção sobre a gestão temerária da dívida publica que envolve todos os entes federativos e, em particular, os institutos de previdência pública dos estados.
Tais notícias são suficientes para entendermos que há questões de fundo na política pública dos estados - e em especial no fraudado Rio de Janeiro - a nos tirar a tranquilidade. Não podemos nos permitir ficar parados, diante de uma prática sindical de resultados, onde são trocados saúde por produtividade, venda de férias por mais adoecimento, auxílios disso e daquilo pelo desmantelamento do serviço público e a extinção de toda a categoria. Neste ponto é de se notar que a redução do quadro de servidores do TJRJ não é outra coisa senão a meta clara do Tribunal de Justiça em reduzir quase que completamente o seu quadro de pessoal, de braços dados com a dita Inteligência Artificial, o que resultará no fim da nossa categoria. O resultado é uma enorme redução da contribuição previdenciária criando grave ameaça às nossas aposentadorias, e não somente às futuras mas igualmente as aposentadorias já existentes.
Questões dessa gravidade justificam a proposta de mudança que a Chapa 2 traz aos colegas do TJRJ para a condução do SINDJUSTIÇA. É impossível não fazermos um amplo debate sobre tais assuntos, gravemente implicados com a nossa sobrevivência no porvir.
Por isso acreditamos que, por mais saudáveis e desejáveis que sejam a sociabilidade e o lazer entre colegas, um sindicato não pode isolar os seus membros dos graves temas que nos dizem respeito e ameaçam as nossas vidas, nossa saúde, aposentadorias e pensões e se transformar em mero clube de lazer. É preciso que o nosso sindicato seja democrático, transparente e de base, isto é, dialogue com toda categoria, promova o debate e, sobretudo, não colabore com a nossa extinção.
Bem que nós gostaríamos de falar de temas mais amenos e comemorar a data. Afinal, você estudou, passou em concurso público difícil, leva a sério a sua função social como servidor público: você merece. Nós merecemos! E como merecemos! Porém precisamos não nos iludir com pacotes de "bondade" que nos distraem quanto ao que estar por vir. E não é favor nenhum que tenhamos reajustes dignos e reconhecimento. Seja como for, não nos fazem favor nenhum em amenizarem o nosso desgaste com a dedicação ao trabalho, seja em forma de auxílio, seja com um dia a nós dedicado, ou de qualquer outra forma. Nós temos direito à justa remuneração e à dignidade, nós estamos de parabéns sim, porque ser digno em meio a tantas contradições na sociedade em que vivemos não é para qualquer um.
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