(Por: Chapa 2, na eleição para o Sindjustiça-RJ em 2023)
Mas, no sentido oposto, os dois últimos concursos para o TJ tiveram número ínfimo de convocados. Tudo isso mais uma vez mostra que há um projeto de longo prazo, dentro do Judiciário: o de substituição da mão de obra concursada.
Chega a ser curioso também saber que essa novidade chega ao TJRJ no momento em que o Conselho Superior de Justiça do Trabalho (CSJT) decidiu suspender, em final de novembro de 2022, a aplicação da Residência Jurídica nos tribunais. Afinal, a aplicação da Residência Jurídica, na verdade, só oficializa a precarização das relações de trabalho e cria o instituto do "estagiário de luxo”.
Só a atual coordenação do Sindjustiça não vê: o alvo é o cargo público e o servidor, por consequência! O filme está mais do que desenhado: já sabemos para onde tudo isso vai caso não nos mobilizemos já, abandonando a atual política sindical de aceitação de tudo que nos é imposto pela Administração do Tribunal de Justiça.
No texto “Atualização sobre assuntos de interesse da categoria (21/11/23)”, a Coordenação Geral do Sindicato escreveu: “Desde que o Tribunal iniciou as conversas sobre residentes, o Sind-Justiça vem conversando com a Administração, obtendo a garantia de que os residentes atuariam em gabinetes, ajudando diretamente os magistrados em sentenças e decisões, não se confundindo, portanto, com a função dos servidores”. Ora, como não se confunde?! Perguntamos: quem faz hoje as atividades que o Tribunal quer que sejam feitas pelo Residente Jurídico no futuro? A resposta é óbvia: quem faz esse trabalho atualmente é o Serventuário! E colocar um celetista para fazer o trabalho do servidor é uma afronta ao Concurso Público.
Aliás, a promessa de que serão realizados Concursos Públicos que convocarão servidores e aliviarão nossa atual sobrecarga de trabalho está sendo alardeada (pela Coordenação do Sind-justiça) como mais uma conquista. Mas o fato é que para que haja convocações é essencial a existência de cargos vagos, e esses vêm sendo extintos aos milhares.
Na lei que implementou o PCCS, por exemplo, há um artigo que extingue 2.205 cargos vagos. E outro que prevê a extinção de muitos mais, inclusive com a explícita meta de diminuição numérica contínua da categoria nos próximos 10 anos (!).
Éramos 16.000 serventuárias e seventuários em 2010 e hoje não chegamos a 11.500. Algumas pessoas da categoria, lamentavelmente, acreditam que a diminuição do número de servidores possibilitará uma melhor remuneração. Porém não devemos fantasiar com conjecturas que nada tem a ver com a realidade observada. Afinal o quantitativo de servidores já está diminuindo há muitos anos e o nosso valor real de vencimento não aumenta. Pelo contrário, ele só diminui.
Colegas, do céu só cai chuva. É hora de abandonarmos ilusões e tentarmos nos organizar coletivamente de forma democrática e verdadeira, sem taparmos os olhos para os problemas que nos afligem como categoria serventuária.
(Se você não é sindicalizado ou não faz parte da categoria serventuária, apoie nossa causa divulgando este material. Ação direta, internacionalismo e apoio mútuo sempre!)
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