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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Fizeram a lenha! Remoções como nunca antes na História desse Tribunal

(por Alexander Brasil Ceci)

O dia de 31 de março de 2015 entrará na história para a categoria como um dia de triste memória, assim como foi o dia 31 de março de 1964 para o país: dezenas e dezenas de colegas foram removidos como se fossem objetos se somando aos que já tinham passado por esse processo arbitrário.

Foi a crônica da morte anunciada: como eu escrevi, as reuniões por NUR só serviram para dourar a pílula democraticamente, pois as decisões estavam tomadas (em consonância com as diretrizes do Documento 319 do Banco Mundial - leia-se Consenso de Washington ou Estado Mínimo - de privatização da força de trabalho no Judiciário brasileiro). Estamos diminuindo como categoria e esse processo nos enfraquece frente a qualquer pleito, a longo prazo.

Dizem alguns: a Corregedoria que é má, mas a Presidência é boa. Muito boa, fofa! Como se as duas não fossem faces diferentes da mesma moeda! E um silêncio oportuno parte de alguns para com os removidos: quem sabe, ficando calados em relação a essas medidas autoritárias e os seus verdadeiros autores, não sairá o mais rápido possível o Auxílio-Educação, a reposição escalonada das perdas acumuladas (como prometeu a dita nova Administração) etc etc etc? Farinha pouca, meu pirão primeiro!

Mas, se for assim, o preço sairá muito caro para todos! Lembremos, mais uma vez, daquele poema do Brecht, que versa mais ou menos assim: primeiro foram os judeus, e eu não fiz nada, depois os ciganos e eu também não me mexi... até que nos arrancam a voz e não conseguimos mais gritar.

Resumo da ópera: a atual e dita democrática Administração do TJ ficará marcada na memória dos servidores como ficaram a administração Sérgio Cavalieri, Luiz Zveiter e Leila Mariano. E ainda virão mais remoções, com vaselina, auxílios, MAS REMOÇÕES. E FIM DE PAPO!

Por fim, triste do trabalhador que acredita no patrão. Como fosse possível existir patrão bonzinho e patrão ruinzinho! Ora, patrão é patrão em qualquer parte do mundo.

(Alexander Brasil Ceci é analista judiciário do Tribunal de Justiça da Estado do Rio de Janeiro)

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