" Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Judiciário
ATO EM FRENTE AO FÓRUM CENTRAL PROTESTA CONTRA AS MAZELAS DO TJRJ
Reunidos no final da tarde do dia 21 de outubro, dezenas de serventuários participaram, vestidos de vermelho, do ato convocado pelo Sindicato. A atividade, seguida de Assembleia Geral, integrou o calendário conjunto dos servidores no Dia Nacional de Luta dos Trabalhadores do Judiciário. Este foi o primeiro de muitos passos que precisaremos dar para avançarmos em nossa busca de conquistas e na defesa dos atuais direitos.
O protesto serviu para repudiar a Resolução nº 88/09 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a mesma que impõe a jornada de trabalho de 8 horas diárias, um verdadeiro retrocesso, já que em muitos tribunais ela já estava estipulada em 6 horas. Também não foram poupadas críticas à outra Resolução do CNJ, a nº 1 de 2009, que instituiu a Meta 2, impondo um ritmo acelerado para julgamentos de processos anteriores a 2005.
As duas medidas se completam, atacando diretamente as condições de trabalho e de saúde dos servidores, pois enquanto uma aumenta a exploração da categoria, a outra prevê maior ‘produtividade’. Por detrás disso está a lógica de uma gestão de trabalho na Justiça que dispensa a realização de concursos para a contratação de novos funcionários e a convocação dos já aprovados, além da falta de investimentos em melhores condições de trabalho. O resultado prático é que o número de doenças ocupacionais — diversos colegas já estão entrando de licença-médica — e o assédio moral estão crescendo.
Muito pior no TJRJ
Para piorar a situação, a Corregedoria-Geral do TJRJ baixou uma Resolução em que aumenta a carga horária do Tribunal, passando das atuais 8 para 9 horas. Se já era desumano suportar a anterior, muito mais trágico será trabalhar nesta nova realidade.
A posição da Corregedoria, no entendimento da diretoria do Sind-Justiça, é inconstitucional, pois aumenta a jornada em mais uma hora, mas não o salário, o que na prática significa a redução dos vencimentos. A medida é um ataque aos serventuários e contra ela o Sindicato já deu entrada em um Requerimento Administrativo e prepara uma ação judicial.
Novamente recai sobre o serventuário o ônus de se estabelecer uma Justiça célere. Só que esta rapidez não é a mesma que se vê quando se trata de atender as reivindicações da categoria, como o reajuste dos benefícios e a implantação de novos, descongelamento das promoções e o pagamento da ação dos 24,5% (que tramita há mais de 20 anos!), por exemplo.
Mobilização continua
Diante deste caótico quadro, os servidores presentes à Assembleia decidiram manter a mobilização, única alternativa para se fazer garantir suas reivindicações. Foi aprovada então a realização de novo ato-assembleia no dia 12 de novembro (quinta-feira), só que desta vez a atividade deverá ser feita de forma descentralizada, nas portas de cada Fórum. Para tanto temos todos os motivos e o tempo necessário para que os atos aconteçam abrangendo o maior número de Comarcas.
Outra proposta aprovada foi a de se passar um abaixo-assinado junto à categoria, onde será cobrado o imediato pagamento da ação dos 24,5%. O documento será posteriormente remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), aos cuidados do relator do processo.
Outras deliberações
» Luto no Dia do Servidor Público (28 de outubro), acompanhado de panfletagem na porta do Fórum Central;
» Medidas jurídicas contra a Resolução da Corregedoria-Geral do TJRJ que aumenta a carga horária;
» Moção de repúdio à Resolução nº 88 do CNJ e envio da denúncia às entidades nacionais e internacionais (OAB, Direitos Humanos, etc);
» Campanha de solidariedade ao companheiro Manoel Gomes (Manoel, o audaz);
» Indicativo às coordenações do Sindicato para que estas preparem um projeto de trabalho de base tendo os NURs como referência;
» Realização do Conselho de Representantes Zonais (CRZ) no dia 27 de novembro, dia 27, na sede do Sindicato.
Despedida
Durante a Assembleia foi feito um minuto de silêncio em despedida ao serventuário Lawrence Costa Reis Araújo, da Comarca de Angra dos Reis. Sempre presente nas lutas da categoria, o companheiro faleceu na manhã do dia 18 de outubro, aos 33 anos de idade. Adeus, Lawrence!
EM BRASÍLIA, SERVIDORES PROTESTAM EM FRENTE AO CNJ
Cerca de 80 servidores dos Judiciários Estadual e Federal, representando 21 sindicatos de 18 estados, realizaram na manhã do dia 21 de outubro um ato em frente ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília. O objetivo da manifestação, promovida pela Fenajufe e pela Fenajud — federações nacional dos servidores do judiciário federal e do estadual, respectivamente — foi o de reivindicar que o CNJ reveja sua posição quanto à Resolução nº 88 e respeite a autonomia dos tribunais de regulamentarem a sua própria jornada.
No ato, os representantes dos sindicatos estaduais apresentaram as várias reivindicações dos servidores e denunciaram alguns problemas decorrentes do assédio moral que a categoria vem enfrentando nos últimos meses. O principal mote das intervenções, no entanto, é a Resolução nº 88 do CNJ.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e os deputados Antônio Carlos Chamariz (PTB-AL), Eliseu Aguiar (PTB-PI) e Manoel Júnior (PMDB-PB) estiveram na manifestação e defenderam as reivindicações dos servidores. Maurício Tolentino, coordenador financeiro do Sind-Justiça, representou os serventuários fluminenses no ato nacional. (com informações da Fenajufe)
Mobilização nos estados
» Acre: paralisação de 24 horas.
» Alagoas: paralisação de 24 horas.
» Amapá: duas horas de paralisação.
» Bahia: paralisação de 24 horas.
» Espírito Santo: um dia de paralisação, com atos em cada Fórum.
» Goiás: paralisação.
» Mato Grosso do Sul: ato público e paralisação.
» Minas Gerais: paralisação.
» Pará: paralisação de 24 horas.
» Paraíba: ato público e paralisação.
» Paraná: atos na capital e no interior.
» Pernambuco: ato seguido de paralisação.
» Rio de Janeiro: ato na capital seguido de assembleia.
» Rio Grande do Norte: ato público.
» Rondônia: paralisação das 14 às 16h.
» Roraima: participação no ato em Brasília.
» Santa Catarina: paralisação.
FIQUE POR DENTRO
Reviravolta. O Conselho da Magistratura cancelou o afastamento do juiz da 39ª Vara Cível da Capital, Luiz Antonio Valiera do Nascimento, voltando atrás do que havia sido decidido pelo Órgão Especial do Tribunal. O magistrado estava suspenso por causa da sua reconhecida prática de assédio moral.
Defesa de OJAs. Diversos Oficiais de Justiça, de diferentes Comarcas, estão sendo processados pelo Tribunal, acusados equivocadamente de estarem “subtraindo” mandados de colegas. A Coordenação Jurídica do Sindicato está na linha de frente na defesa destes companheiros e mais detalhes estarão disponíveis na próxima edição do jornal do Sind-Justiça, o Opinião Sindical.
Ficou azul? Deu no O Globo do dia 22/10 que a presidência do Tribunal aprovou no dia anterior “a construção de mais um prédio, o quinto, do Complexo do Judiciário”. A Lâmina será erguida sobre o edifício da Esaf.
Mais azul. Na mesma edição, o Globo noticiou também que “a Lopes Marinho está erguendo os dois últimos prédios licitados pelo TJ-Rio. Vão custar R$ 78 milhões”. Mas o Fundo Especial não está no vermelho? "
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