Cabral monta gabinete de crise após ação em quartel dos bombeiros
Governador criou gabinete de crise e concederá entrevista coletiva para prestar esclarecimentos sobre a ação
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O governador do Rio, Sérgio Cabral, está reunido desde as 8 horas da manhã deste sábado com assessores no Palácio Guanabara, para fazer um diagnóstico do confronto entre bombeiros e as forças do Batalhão de Choque e do Bope após a invasão do quartel-general da corporação, na noite de ontem. Cabral montou um gabinete de crise para avaliar a situação.
Participam da reunião os secretários de Segurança (José Mariano Beltrame), Sérgio Ruy (Planejamento), Wilson Carlos (Governo), Regis Fitchner (Casa Civil), além da procuradora-geral do Estado, Lúcia Leia, e do vice-governador Luiz Fernando Pezão. Chegou há pouco ao local também o comandante-geral da Polícia Militar, Mario Sérgio Duarte.
O comandante-geral dos bombeiros do Estado, coronel Pedro Machado, saiu há pouco do Palácio Guanabara sem falar com os jornalistas que aguardam no local. Ele afirmou somente que todas as informações serão passadas pelo governador. O governo do Estado não confirmou a informação da possível exoneração do coronel.
Foto: André Teixeira/Agência O Globo
Bombeiros em greve invadiram quartel na noite de ontem
Pelo menos 11 onibus já saíram de dentro do quartel-general dos bombeiros com militares. Eles estão sendo conduzidos para o Batalhão de Choque da Policia Militar do Rio.
O Barathão de Choque e o Bope entraram no quartel dos bombeiros por volta das 6h30 da manhã. Foram ouvidos tiros e bombas. Também houve queixas sobre a liberação de gás de pimental. Pelo menos cinco crianças ficaram feridas na ação. Pelas primeiras informações, alguns bombeiros também estavam armados.
Vários bombeiros também apresentaram ferimentos, mas evitaram ser atendidos no hospital Souza Aguiar, que fica a poucos metros do local, para não serem presos. Até agora, não há um número oficial de feridos. “A gente ganha pouco, não temos condições de trabalho e ainda tomamos tiro, porrada e bomba. Isso é uma vergonha nesse governo”, disse o bombeiro-militar Marcelo Aguiar Silva, na Praça da República. Ele foi um dos bombeiros que tiveram pequenas escoriações. Apesr dos ferimentos, ele preferiu entrar em um carro particular, para ser socorrido por meios próprios.
A invasão do quartel dos bombeiros foi liderada ontem por cerca de 2 mil manifestantes. Eles foram surpreendidos pela ação realizada nesta manhã, pois tinham montado barricadas no local, mas o Bope e o Batalhão de Choque entraram pela lateral do quartel.
Dezenas de bombeiros foram levados para o Batalhão de Choque da PM, na região central. Eles estão sendo mantido na quadra do local, acusado de desobediência e de destruição de patrimônio público. Fora do batalhão, cerca de 60 pessoas pedem a liberação dos manifestantes e gritam palavras de ordem como “Bombeiros não é bandido” e “Alô, policia, pode chegar, seu salário também vai aumentar”.
Foto: iG
Manifestantes protestam em frente ao Batalhão de Choque
*Com reportagem de Anderson Ramos, especial para o iG, e Vicente Seda, iG Rio de Janeiro
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