Na quarta-feira 7 de maio de 2014 às 19 horas, no Sindicato
Estadual dos Profissionais da Educação (Rua Evaristo da Veiga, 55, auditório,
Cinelândia, Rio de Janeiro, RJ), o CESTRAJU – Centro de Estudos Socialistas dos
Trabalhadores do Judiciário – realizou o debate:
"O Consenso de Pequim no Judiciário, mais
retiradas de direitos dos servidores (novo Estatuto, flexibilização da
estabilidade, avaliação de desempenho): Qual a resposta dos
trabalhadores?".
O Consenso de Pequim, assim chamado, é o novo paradigma
para a economia capitalista globalizada, tomando como base a economia chinesa e
os seus picos de crescimento, baseado na brutal exploração do trabalho
assalariado e um Estado, despudoradamente, Policial (ver o filósofo italiano
Giorgio Agamben), construído em cima da autoridade do PCC (Partido Comunista
Chinês).
Há textos mesmo de magistrados sobre o "Consenso de
Pequim". É de se admirar que até o "compartimento de cima"
esteja discutindo o assunto e as nossas entidades sindicais (muitas delas
lamentavelmente passando por uma fase burocratizada e acrítica) ignorem o
assunto. A atual direção do Sind-justiça, por exemplo, sequer discutiu o
Consenso de Washington, que precedeu o atual paradigma. Mas sempre há tempo
para se mudar isso.
Durante o debate no SEPE, falou-se também sobre o projeto
de novo Estatuto dos Servidores. A presidência do Tribunal de Justiça já firmou
o posicionamento de que aceita “discutir tudo” nesse estatuto, menos a
avaliação de desempenho. Ou seja: a joia da coroa. Como um dos membros da
coordenação geral de nosso relevante Sind-justiça defendeu na campanha
eleitoral da entidade, em 2009, a avaliação de desempenho 360º (tendo feito o
mesmo no V Congresso do sindicato), a situação se mostra preocupante. A
regulamentação da Avaliação Periódica de Desempenho, como se sabe, pode
transformar a estabilidade do servidor público em letra morta.
Um colega R.E., que estava na reunião, passou as seguintes informações:
A) há projeto de um novo PIA (Plano de Incentivo à Aposentadoria) para o final
do ano, que fará aposentar mais mil colegas (já somos menos de 14 mil e
cairemos para 13 mil);
B) o objetivo mais de longo prazo é reduzir a
categoria a 5.000 servidores, cumprindo o prognóstico do Des. Luiz Zveiter, feito
à imprensa em início de 2010, de que com a digitalização precisaria de menos servidores;
C) as 44 varas cíveis do fórum central (onde está a maior quantidade de
ativistas sindicais) serão removidas já agora em junho para a Cidade Nova, que
poderá, coincidentemente, ser o momento de anúncio do novo Estatuto.
No evento, que teve também presença e colaboração de membros
e simpatizantes do Movimento de Oposição Serventuária, foram recolhidos: água
mineral, fralda, material de limpeza (sabonete, papel higiênico, pasta de dente,
sabão etc) para os sem-teto da OI/Telemar. Estes se encontravam, havia duas
semanas, ocupando o pátio da Catedral Metropolitana de São Sebastião (Av.
Chile, centro da capital fluminense) e acabavam de ser removidos para a
Igreja Nossa Senhora do Loreto, no bairro Ilha do Governador.
Viva a conscientização e o apoio mútuo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário