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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ANÁLISE DA GREVE: UMA DERROTA HISTÓRICA

Independente do resultado das assembleias, a categoria dos serventuários da justiça terá um desfecho melancólico com a greve iniciada em 26 de outubro passado. Sem nada conquistar, ainda teremos servidores punidos com remoções, salários zerados, PADs já foram abertos e, uma novidade, a exigência de compensação dos dias parados para o abono do ponto - algo nunca antes imaginado.

Pra não dizer que foi tudo ruim, conseguimos impor uma derrota ao governo Pezão, junto com os outros servidores do Estado, ao termos conseguido o arquivamento do pacote de maldades no mês de dezembro. Essa vitória ainda não está consolidada, pois o governo anuncia a volta do pacote, e com reforço extra - a cumplicidade do STF. Ou seja, temos que nos preparar para novas lutas em 2017.

Quando o Órgão Especial arquivou a pauta interna deveria ter sido chamada de imediato uma assembleia para a categoria deliberar sobre uma nova pauta, estratégias, etc. Mas o pior ainda estava por vir: a decisão unilateral em suspender a greve sem consulta aos servidores! Aí a greve começou a desandar. Não só pela insegurança que trouxe aos grevistas, mas pelo método autoritário de condução da greve. Os textões nos grupos de facebook e whtasapp passaram a dar o norte do movimento ignorando qualquer manifestação da base.

Nenhuma categoria faz uma greve tão longa sem assembleias regulares, sem avaliações, sem discussões onde vão se formando os consensos e todos participam. Quantos somos em greve? Pedir uma assembleia virou pecado. Ser de oposição virou um crime. Críticas nem pensar. Quem não bate palmas para os textões é taxado de inimigo, no melhor estilo hitlerista.

DERROTA ECONÔMICA

Amargamos dois anos sem reajuste. E caminhamos a passos largos para o terceiro. Receber em dia virou sinônimo de privilégio. Os aposentados não têm o devido respeito do Tribunal e as pensionistas dos servidores - as dos magistrados estão garantidas - estão na fila para receber os seus proventos.

O Tribunal mantém a política de "dois pesos, duas medidas" para servidores e magistrados. Somos cidadãos de segunda classe na família judiciário. Para os servidores é muito trabalho, muito assédio e parcos benefícios. Para a magistratura é água mineral, cafezinho e um itoken mágico. Eles ficam com o bolo e nós com as migalhas.

DERROTA POLÍTICA

A política de conciliação de classes que levou o Sindjustiça a receber em sua sede o Presidente do Tribunal foi fragorosamente derrotada. Depois dos elogios rasgados ao presidente bonzinho, a direção do sindicato não é nem mais recebida por ele. O patrão que frequenta a casa do empregado é algo impressionante. Parte da categoria ainda foi induzida a crer nisso.

O fim da democracia no sindicato é outra grande derrota para a categoria. Não há espaço para discussão nem durante uma greve! A política é de eliminação de qualquer pensamento divergente. No site, as críticas recebem notas agressivas duas vezes maiores em tamanho. Nas redes sociais, os textões são sempre utilizados como autopromoção.

Hoje, o Sindjustiça flerta com o fascismo. Várias vezes subiram ao carro de som para dizer que partidos políticos não são bem-vindos nas manifestações do MUSPE. Sobre as bandeiras pedindo intervenção militar nenhuma palavra. Dizem ser apartidários mas são candidatíssimos em 2018. Partidos que tradicionalmente apoiam as lutas dos trabalhadores talvez lhes façam concorrência.

A direção do sindicato tem que ter a humildade para reconhecer a derrota e aprender a valorizar todos aqueles que lutam dentro da categoria, inclusive os que lhe fazem oposição. Uma greve encarniçada, na atual conjuntura, não pode prescindir de ninguém. Temos que reconhecer o esforço de todos. Parabenizo a todos os lutadores e lutadoras da categoria, mesmo os que já se retiraram da luta por não concordarem com os rumos do movimento.



Ao final da greve temos que repensar que sindicato queremos: um sindicato plural ou um sindicato de um só líder; um sindicato democrático ou um sindicato que flerta com o fascismo; um sindicato que agregue ou um sindicato que exclui. Cabem todos os lutadores no sindicato? Ou só os que concordam com a direção? Uma greve pode ser suspensa unilateralmente? São essas as reflexões que todos precisam fazer.

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