VERDADES SECRETAS: A NOVELA DE UM TJ REAL
(por: Alex Dias*)
Há muitos anos, acompanhando a retração da economia mundial, principalmente após mais uma crise que, cíclica, reproduz o aprofundamento de tormentos, já históricos, ditados pelo desemprego, redução de direitos duramente conquistados, achatamento salarial, bem como ataques contundentes à estabilidade no emprego, ampliando vagas, funções e oportunidades à precarização, terceirizando, assim, os já parcos e combalidos recursos dos trabalhadores em direção a preservação de privilégios e mordomias, tanto quanto lucros cada vez maiores, absolutamente desnecessários.
No Judiciário, ao contrário do que muitos são levados a acreditar, a realidade destacada acima, não só já bateu à porta, arrombando-a, mas também dominando toda a casa. Sucessivas medidas, em estreito período de análise, desvelam o caráter vexatório a que estão submetidos todos os serventuários, sendo substituídos, paulatinamente, por estagiários, estimulados a aposentadoria, assim como apresentados ao mercado, em feira livre, do grande balcão de negócios em que se transformou a venda de cargos em comissão e funções gratificadas.
Estas últimas, aliás, representam o outro lado da moeda de um projeto evidente de esvaziamento dos quadros, desmantelamento das carreiras e privatização da mão de obra na casa da injustiça, informalizando, ás avessas, os atributos próprios de um cargo de provimento efetivo, agora sob a denominação de assessores, secretários, assistentes, auxiliares, GEAPCs, BICOS E BOQUINHAS, incapazes de nos proporcionar esteio e, mais importante, garantias a estas formas precárias de labor, não incorporando seus valores efêmeros e imediatistas ao seu patrimônio pessoal, vencendo qualquer possibilidade de expectativa de aposentadoria, obrigando este servidor, em regra, a adiá-la enquanto gratificação ou comissão houver.
Enquanto isso, cartórios rastejam, migrando um número relevante e infundado de força de trabalho, que parece não ter fim, para um outro e NOVO CARTÓRIO, o gabinete, único ainda na casa a nos oferecer números positivos, uma vez que alvo de convocações rápidas e exacerbadas, inchando um espaço minúsculo com servidores e, até mesmo estagiários, tendo por objetivo único e exclusivo o trabalho indevido de competências que seriam próprias de UMA GRANDE MESA EM ANEXO que não se cansa de, em regra, permanecer vazia ou, quando muito, ter o privilégio e a honra de uma visita esporádica ou eventual.
Contraditoriamente, em uma Justiça que nem mais pesos tem, perscrutando o buraco, em um ambiente já sem luz, das sombras emergem REMOÇÕES ARBITRÁRIAS, DEMISSÕES (outrora quase inexistentes), DESVIOS DE FUNÇÃO oficialmente instituídos, a ACELERADA e INTEMPESTIVA diminuição do quantitativo de servidores, a sua DIVISÃO ACENTUADA entre beneficiários de auxílios e os que não alcançam a luz, não a enxergando nem de binóculo na aposentadoria de todos, menos ainda dos atuais APOSENTADOS, tudo sob as bênçãos da guarda de uma Constituição cuja hermenêutica sempre nos desfavorece, pesando-nos, como marginalizados de todo este processo, unicamente os seus valores repressivos.
Em um cenário de tantas injustiças, normalmente defendidas com argumentos legais controvertidos, onde o nirvana do melhor de seu horizonte encontra acesso em uma porta que se distancia dos serventuários a cada passo, magnetizando, sem esforços, o arrebatamento de um segmento que nem andar consegue sem o árduo desdobramento de verdadeiros escravos remunerados, pálidas são as resistências de um protagonismo que, na prática, associa-se, a cada novo ano, aos interesses de nossos algozes, facilitando o trabalho de extinção de nossos cargos com PLANOS DE CARREIRAS PATRONAIS e ESTATUTOS que sinalizam a regularização do impronunciável Art. 41 da carta de poucos, justificando mais uma sangria de funcionários sob o título de AVALIAÇÃO DE DESEMPRENHO.
Assim, para que a novela não tenha um final que se ventila trágico, necessitamos assumir as rédeas da formulação de seu texto, ARRANCANDO das mãos de seus AUTORES o script já desenhado sem que o público, MAIORIA e PRINCIPAL INTERESSADO, tenha participação e ingerência sobre os próximos capítulos, norteando o seu derradeiro dia conforme os seus expectadores desejam e não como uma MINORIA, distante e divorciada, supõe o melhor.
LUTAR SEMPRE;
VENCER, TALVEZ;
DESISTIR, NUNCA.
*(Alex Dias é serventuário removido compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça, cujo presidente é "parceiro dos servidores", segundo disse textualmente o coordenador sindical Ramón Carrara durante assembleia na sexta-feira 16/10/15 às 18h30min na sede do Sind-justiça, na capital fluminense)
No Judiciário, ao contrário do que muitos são levados a acreditar, a realidade destacada acima, não só já bateu à porta, arrombando-a, mas também dominando toda a casa. Sucessivas medidas, em estreito período de análise, desvelam o caráter vexatório a que estão submetidos todos os serventuários, sendo substituídos, paulatinamente, por estagiários, estimulados a aposentadoria, assim como apresentados ao mercado, em feira livre, do grande balcão de negócios em que se transformou a venda de cargos em comissão e funções gratificadas.
Estas últimas, aliás, representam o outro lado da moeda de um projeto evidente de esvaziamento dos quadros, desmantelamento das carreiras e privatização da mão de obra na casa da injustiça, informalizando, ás avessas, os atributos próprios de um cargo de provimento efetivo, agora sob a denominação de assessores, secretários, assistentes, auxiliares, GEAPCs, BICOS E BOQUINHAS, incapazes de nos proporcionar esteio e, mais importante, garantias a estas formas precárias de labor, não incorporando seus valores efêmeros e imediatistas ao seu patrimônio pessoal, vencendo qualquer possibilidade de expectativa de aposentadoria, obrigando este servidor, em regra, a adiá-la enquanto gratificação ou comissão houver.
Enquanto isso, cartórios rastejam, migrando um número relevante e infundado de força de trabalho, que parece não ter fim, para um outro e NOVO CARTÓRIO, o gabinete, único ainda na casa a nos oferecer números positivos, uma vez que alvo de convocações rápidas e exacerbadas, inchando um espaço minúsculo com servidores e, até mesmo estagiários, tendo por objetivo único e exclusivo o trabalho indevido de competências que seriam próprias de UMA GRANDE MESA EM ANEXO que não se cansa de, em regra, permanecer vazia ou, quando muito, ter o privilégio e a honra de uma visita esporádica ou eventual.
Contraditoriamente, em uma Justiça que nem mais pesos tem, perscrutando o buraco, em um ambiente já sem luz, das sombras emergem REMOÇÕES ARBITRÁRIAS, DEMISSÕES (outrora quase inexistentes), DESVIOS DE FUNÇÃO oficialmente instituídos, a ACELERADA e INTEMPESTIVA diminuição do quantitativo de servidores, a sua DIVISÃO ACENTUADA entre beneficiários de auxílios e os que não alcançam a luz, não a enxergando nem de binóculo na aposentadoria de todos, menos ainda dos atuais APOSENTADOS, tudo sob as bênçãos da guarda de uma Constituição cuja hermenêutica sempre nos desfavorece, pesando-nos, como marginalizados de todo este processo, unicamente os seus valores repressivos.
Em um cenário de tantas injustiças, normalmente defendidas com argumentos legais controvertidos, onde o nirvana do melhor de seu horizonte encontra acesso em uma porta que se distancia dos serventuários a cada passo, magnetizando, sem esforços, o arrebatamento de um segmento que nem andar consegue sem o árduo desdobramento de verdadeiros escravos remunerados, pálidas são as resistências de um protagonismo que, na prática, associa-se, a cada novo ano, aos interesses de nossos algozes, facilitando o trabalho de extinção de nossos cargos com PLANOS DE CARREIRAS PATRONAIS e ESTATUTOS que sinalizam a regularização do impronunciável Art. 41 da carta de poucos, justificando mais uma sangria de funcionários sob o título de AVALIAÇÃO DE DESEMPRENHO.
Assim, para que a novela não tenha um final que se ventila trágico, necessitamos assumir as rédeas da formulação de seu texto, ARRANCANDO das mãos de seus AUTORES o script já desenhado sem que o público, MAIORIA e PRINCIPAL INTERESSADO, tenha participação e ingerência sobre os próximos capítulos, norteando o seu derradeiro dia conforme os seus expectadores desejam e não como uma MINORIA, distante e divorciada, supõe o melhor.
LUTAR SEMPRE;
VENCER, TALVEZ;
DESISTIR, NUNCA.
*(Alex Dias é serventuário removido compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça, cujo presidente é "parceiro dos servidores", segundo disse textualmente o coordenador sindical Ramón Carrara durante assembleia na sexta-feira 16/10/15 às 18h30min na sede do Sind-justiça, na capital fluminense)
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