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sábado, 7 de setembro de 2024

Concordamos: é problema mesmo de gestão, do gestor maior

Existem mais de 1.600 cargos vagos no TJ/RJ. Em março e abril, os concursados de 2021 fizeram várias manifestações no Fórum Central, reivindicando a sua convocação. Porém, o concurso não foi prorrogado. Indagado o porquê de não terem sido chamados os concursados, a Administração do TJ/RJ disse que a carência reclamada nas serventias é “problema de gestão”. Ou seja, não tem carência de pessoal, o problema passa pelos gestores das serventias, que não aproveitam bem a mão de obra disponível.

 Na mesma oportunidade, o presidente do TJ/RJ disse que com a Inteligência Artificial (IA) estará colocado em perspectiva de que não haverá mais servidores. O curioso é que enquanto a Administração nega a convocação de novos concursados, implementa a terceirização e privatização da mão de obra, não com os estagiários de Direito muito mal remunerados, mas com o chamado residente jurídico, que ingressará ganhando quase o salário de ingresso de um técnico.

Os gestores de plantão vendem a falácia de que a IA prescindirá do trabalho humano. Tudo conversa fiada! Na verdade, combinado ao avanço tecnológico virá um aumento da exploração do trabalho, intensificando-se a produtividade dos servidores que sobraram (a chamada polivalência, um servidor faz a função de três) e estendendo as jornadas de trabalho, ora dos trabalhadores presenciais, ora dos trabalhadores à distância.

 


Além disso, a Administração do TJ-RJ segue com os expedientes extras, como o GEAP-C, o abono permanência para os servidores em condições de se aposentar (vulgo pé na cova), as compras de tempos livres dos servidores (férias e licenças prêmio) e a tal da recém-criada “Força-Tarefa”. Sinal de que precisa urgentemente de pessoal, ao contrário do que ela própria afirma. Uma verdade escancarada que os mandatários desse Poder e os engravatados que se venderam para o lado escuro da força tentam negar na cara dura.

 Dentro desse quadro, a categoria adoece: doenças cardíacas, psicológicas, câncer... Por que o TJ /RJ e o Departamento Médico desse tribunal não divulgam um estudo sobre o adoecimento dos servidores? Respondemos: porque estará provado que esse adoecimento é diretamente relacionado às atuais condições de sobrecarga de trabalho.

  Soma-se a isso, o silêncio da entidade, que vive no mundo cor de rosa de Barbie, vendendo “conquistas” (em troca de direitos) e voltada para aquisições milionárias de sedes praieira (Rio das Ostras) e campestre (em Niterói), com o apoio amplo da maioria da categoria, que bate palma para esse discurso enganoso. E agora, comenta-se, que a direção sindical, a exemplo do que fez em 2022, proporá a Administração a extinção desses 1600 cargos vagos, para que os servidores tenham um reajuste salarial de 12,3% em 2025. Mais uma barganha, que trará uma conta bem salgada, mais à frente.

 Pois, resta a pergunta, que temos colocado, repetidamente, nos nossos materiais: com o gradual extermínio da categoria (cada vez mais acelerado nessa perspectiva) e que foi confirmado em vídeo pelo gestor de plantão da Administração do TJ/RJ, quem pagará a aposentadoria dos servidores aposentados e dos que pretendem se aposentar? Com a diminuição dos servidores, diminui-se a arrecadação para o fundo de pensão público, quebra-se a solidariedade, pilar de sustentação do mesmo.

Um exemplo de como essa situação está colocada no horizonte para o RIOPREVIDÊNCIA, é a atual situação do fundo de previdência público dos servidores municipais do Rio de Janeiro, o PREVI-RIO, que apontou um déficit atuarial em 2022 de 35 bilhões, pela diminuição da arrecadação. É preciso falar mais do risco que estamos correndo?

(Publicado no Jornal Boca Maldita nº 121 - RJ, maio/2024, informativo do CESTRAJU, Centro Socialista de Trabalhadores do Judiciário)

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