Matéria do jornal JB on line
Rio
A atividade
pesqueira foi colocada em pauta hoje no centro da cidade, em dois
momentos. Na Câmara Municipal, onde houve às 10h uma audiência pública
sobre a situação da Pesca no Rio de Janeiro, depois, às 13h30, em uma
marcha que saiu da Câmara em direção às sedes do BNDES e da Petrobras.
Os pescadores pedem a paralisação das obras do Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro( Comperj), a reparação de danos sócio ambientais causados
pela ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico(TKCSA) e
denunciaram "mortos à bala" no conflito entre pescadores e Petrobrás.
Em
uma Plenária lotada, a sessão da audiência pública foi presidida pelo
vereador Dr.Edison da Creatinina(PV-RJ). A presença que mais chamou a
atenção, no entanto, foi a de Alexandre Anderson, presidente da
Associação Homens e Mulheres do Mar da Baía de Guanabara (AHOMAR). Além
de estar ameaçado de morte devido à sua luta pela preservação da pesca
artesanal nas áreas da Comperj ele faz pesadas críticas à Petrobras nas
quais coloca toda a sua indignação.
" Está se matando não só um
ecossistema, mas aqueles que vivem do ecossistema, que são os
pescadores. Alguns são mortos por depressão, outros por ter que fugir e
mudar seu jeito de vida, e outros mortos a bala. Hoje nós conseguimos
quebrar uma barreira histórica. Parte do mundo já tem conhecimento dos
crimes que estão ocorrendo na baía de Guanabara nos conflitos com a
Petrobras."
Alexandre declarou ainda que o Ministro da Pesca, o
senador Marcelo Crivella, até agora não apresentou uma proposta concreta
aos pescadores da Baía de Guanabara, e pediu ao representante do
Ministro, o Superintendente Antônio Emílio, que agisse o mais
rapidamente possível para tratar deste assunto. Não faltaram ataques
também ao Secretário do Meio Ambiente, Carlos Minc, acusado de facilitar
empreendimentos da Comperj em detrimento dos trabalhadores da Baía de
Guanabara.
Após a audiência, cerca de cento e cinquenta pessoas
marcharam em direção à sede da Petrobras, na Avenida Chile. O
ambientalista Sérgio Ricardo, um dos mais contundentes a falar na
Plenária da Câmara pela manhã, deu o tom do que foi o ato público:
"Costumo dizer que esse é o modelo econômico predatório: é o laboratório
da economia verde do Capital. É um absurdo o que vem acontecendo. A
Secretaria de Segurança não investigou nada a respeito da morte desses
pescadores. As famílias dos que morreram até agora não foram ouvidas a
respeito do que aconteceu".
Em nota oficial, a Petrobras declarou
que desconhece e repudia qualquer ameaça aos pescadores. A nota afirma
ainda que todos os empreendimentos da Companhia seguem rigorosamente as
medidas de controle ambiental dos respectivos órgãos e possuem
licenciamento ambiental.
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