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sábado, 22 de novembro de 2014

RÁPIDAS

Nepotismo (1)
O Ministro Luiz Fux, do STF, não desistiu de fazer lobby na sua histórica carreira jurídica. Depois de fazer isso para si, V. Exa. não perdeu a oportunidade de tentar emplacar sua filha MariannaFux como desembargadora do TJ. Segundo o jornal Folha de São Paulo, “a campanha do pai para emplacar a filha, materializada em ligações telefônicas a advogados e desembargadores responsáveis pela escolha, tem causado constrangimento no meio jurídico”.
Não custa nada lembrar que a ação de inconstitucionalidade da Lei de Fatos Funcionais da Magistratura, que em 2009 deu uma série de privilégios aos juízes cariocas, encontra-se com o Excelentíssimo Ministro para apreciação.
A OAB-RJ, diante desse escândalo, mudou as regras para composição da lista sêxtupla de advogados interessados em ser desembargador pelo quinto constitucional. Um novo método de escolha passará por eleições para compor tal lista. É ver e conferir.

Nepotismo (2)
O quinto constitucional é mesmo o melhor caminho para os filhos de gente graúda conseguirem uma boquinha. O também Ministro do STF Marco Aurélio Mello, primo do ex-presidente Collor, conseguiu uma vaga para sua filha, a advogada Letícia Mello no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro.
O Ministro diz que não usou de sua influência para ajudar a filha, mas reportagem da Folha de São Paulo traz uma declaração de V. Exa. afirmando que “jamais pedi voto. Só telefonei depois que ela os visitou para agradecer a atenção a ela”. Para bom entendedor meia palavra basta.

Apartidário, pero no mucho.
A atual Direção do Sindjustiça usou na sua campanha para chegar ao sindicato um discurso de apartidarismo, criticando as gestões anteriores. No entanto, de lá para cá, já tivemos dois coordenadores candidatos: um, em 2008, concorrendo ao cargo de vereador em Nova Friburgo e, em 2014, uma candidatura para Deputado Estadual. Não somos contra o direito de quem quer que seja de se candidatar, mas aquele apartidarismo não é tão assim quando se trata dos próprios membros da direção do sindicato.

Eleições no Sindjustiça
Em dezembro teremos eleição para o Sindjustiça. O MOS vai participar dessas eleições sem estar coligado com ninguém que pertença a atual direção, pela suas posições pró-Administração do TJ, quando, por exemplo, não foi contra o auxílio-moradia, mas apenas a sua retroatividade. Também não faremos coligação com ninguém da diretoria anterior pela condução do sindicato sem o devido zelo com as suas contas.

Três anos sem Benoni Alencar.
Está fazendo falta na nossa categoria o nosso companheiro Benoni Alencar, assassinado em 2009 e até hoje sem julgamento dos culpados. Jornalista de profissão, Benoni era lotada na Comarca de Rio das Ostras, onde participava de todas as lutas da categoria. Durante a Ditadura Militar foi perseguido, mas nunca deixou de acreditar numa sociedade melhor para todos. Este exemplo de lutador nunca esqueceremos. Companheiro Benoni, presente!

Quem fiscaliza o fiscal
O CNJ baixou uma resolução estendendo o auxílio-moradia para todos os juízes. Há quem acredite que este órgão foi criado com o intuito de “moralizar” as atividades do Judiciário. No entanto, mais uma vez, falou mais alto o corporativismo.

Num país onde as pessoas não possuem moradias dignas e são expulsas de ocupações populares ou removidas com a providencial intervenção do Judiciário, é de se estarrecer por um privilégio dessa magnitude sem qualquer relação com a realidade brasileira.

(Publicado no jornal Boca Maldita nº 100, de 11/outubro/2014)

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