Data de Publicação : 04/11/2010
SINDICATOS APOIAM GREVE DA JUSTIÇA NO RIO E CRITICAM "CRIMINALIZAÇÃO" DO MOVIMENTO
Além do Sintrajud, vários outros sindicatos e entidades de classe
declararam apoio à greve dos servidores da Justiça estadual do Rio de
Janeiro, paralisados desde 19 de outubro. Principalmente, os sindicatos
do Judiciário Federal. O movimento de solidariedade tenta ser um
contraponto à repressão da administração do TJRJ, que já transferiu para
o interior pelo menos 50 ativistas da greve e suspendeu 13 das 15
licenças concedidas a servidores para atuação na direção do sindicato da
categoria (Sind-Justiça-RJ).
Parte das transferências já está sendo suspensa por meio de decisões
judiciais, mas a repressão continua. ?A CSP-Conlutas está organizando
moções em todo país de solidariedade a essa greve?, disse Gualberto
Tinoco, o Pitel, dirigente do Sindicato dos Professores em Educação do
Rio de janeiro (Sepe-RJ) e da Central Sindical e Popular-Conlutas.
Durante recente manifestação de apoio à greve, em frente ao fórum
central, no centro da cidade, ele defendeu que outros setores do
funcionalismo agreguem forças à mobilização dos serventuários. ?A nossa
luta não pode se manter isolada, a luta dos companheiros tem que ser
unificada com as lutas dos demais servidores estaduais?, disse a deputada estadual eleita Janira Rocha (PSOL-RJ), dirigente do sindicato dos trabalhadores da Saúde e da Previdência (Sindsprev-RJ), levou o apoio da entidade aos grevistas e conclamou a categoria a também assumir as tarefas sindicais em resposta à repressão do presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Zveiter. ?Tem muita gente aqui que além de vir à assembléia pode arregaçar as mangas e fazer as tarefas da greve, " disse." Esse é o momento de exceção, a hora em [que é preciso] que o comando de greve, o sindicato, os ativistas se multipliquem?, disse.
O bancário e ex-deputado federal Cyro Garcia, falando pelo PSTU, disse
que as represálias não significam que o movimento está fraco, mas, ao
contrário, demonstram desespero da administração. ?Ele [Zveiter] pensa
que [a repressão] é uma demonstração de força, mas é uma demonstração de
fraqueza?, afirmou.
Um ativista " provocou " as centenas de servidores que se aglomeravam em
frente ao fórum perguntando se ?havia vagabundo? ali, numa referência
aos ataques da presidência do tribunal. Recebeu um sonoro ?não!? em
resposta. ?A luta, além de ser pelos 24%, é por dignidade. É muita
truculência?, disse.
A greve tem como reivindicação principal o cumprimento de uma decisão da
Justiça que manda adicionar 24% aos contracheques. É uma sentença
vitoriosa de uma disputa judicial que já dura 20 anos, referente à
extensão de reajuste concedido aos demais servidores do estado, mas do
qual os serventuários foram excluídos.
O Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo foi uma das
entidades que declararam apoio aos trabalhadores do TJ do Rio. ?Frente à
intransigência do governo, a greve iniciou-se forte e combativa, mas ao
mesmo tempo contrapondo-se às duras tentativas de intimidação e
criminalização, algo já conhecido por aqueles que lutam por direitos e
reivindicações?, diz trecho da moção enviada pelo sindicato.
(informações do Sintrajud-SP)
Centro Socialista de Trabalhadoras/es do Judiciário, entidade de luta sindical democrática e participativa, de braços dados com outros movimentos sociais. Buscamos congregar a classe trabalhadora do TJ-RJ (serventuária, terceirizada ou estagiária), solidarizando-se com o povo como um todo contra os desmandos do Estado e do Capital.
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