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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A chibata continua a castigar - Matéria retirada do Blog pílulas diárias.blogspot.com do Jornalista Sérgio Domingues


Há um século, em 22 de novembro, dois mil marinheiros de uma esquadra de navios estacionada nas águas da Guanabara se rebelaram. Era a Revolta da Chibata. Os revoltosos apontaram seus canhões para a cidade do Rio. Sua exigência: o fim dos castigos físicos na Marinha. Em especial as surras de chibatas. Mais de 20 anos após a abolição, os açoitamentos eram comuns nos navios militares. Suas vítimas eram quase sempre os muitos marujos negros. Só mais um exemplo de que o fim da escravidão não resultou em liberdade e dignidade para os negros.

O motim foi bem sucedido. Um acordo foi assinado. Previa o fim dos castigos e anistia para os revoltosos. Logo depois, os líderes do movimento foram presos à traição. Muitos morreram. Seu líder maior sobreviveu. João Cândido viveu até 1969, pobre, esquecido e considerado traidor pela Marinha. Somente em 2008 foi anistiado junto com seus companheiros, sem direito a indenização.

Mas, a Marinha não reconhece seus erros até hoje. Diz que o episódio não passou de quebra de disciplina. Uma postura que diz muito sobre as Forças Armadas e as forças policiais brasileiras. Se recusam a submeter seus crimes a julgamento. Se pudessem estariam utilizando a chibata oficialmente até hoje. Como não podem, o fazem ilegalmente nos porões ou protegidos pela escuridão das ruas e pelo medo secular da população pobre.

Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com

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