Os servidores do Judiciário Federal no Rio de Janeiro vão cruzar os braços a partir do dia 25 de novembro pela aprovação do PL 6.613/2009, que implementa o PCS4. Mais de cem funcionários de diversos tribunais participaram de assembleia geral nesta quarta-feira, 17 de novembro, em frente à Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ) na avenida Rio Branco. A categoria decidiu que fará greve por tempo indeterminado, seguindo o calendário nacional aprovado pela direção da Fenajufe. Avaliações diárias pela continuidade do movimento grevista serão realizadas. Os servidores também votaram e deliberaram sobre a participação do funcionalismo do Rio no ato público que acontecerá no dia 24 de novembro, em Brasília, na porta do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma comissão de dez servidores irá à capital federal representar a categoria fluminense.
O diretor do Sisejufe Marcelo Neres ressaltou a importância da mobilização de todos neste momento. Ele lembrou que a aprovação do PCS3, em 2006, também foi difícil e ocorreu na reta final dos trabalhos do Congresso. O projeto acabou aprovado em 15 de dezembro daquele ano e sancionado no dia 18 daquele mês. "A angústia é grande. Mas temos que manter a unidade, a força e a vontade de vencer. Só assim sairemos vitoriosos como aconteceu em 2006, com o PCS3", afirmou Neres.
O diretor do Sisejufe e coordenador executivo da Fenajufe, Valter Nogueira Alves, foi enfático ao falar sobre a necessidade de mobilização. “Nós não saímos da greve. Nós fomos 'saídos' da greve. Nos últimos dias, apenas quatro servidores estavam aqui no piquete. A verdade é que nunca fomos tão pressionados e acuados”. E completou: “Inclusive, tanto a Federação quanto os sindicatos estavam sendo ameaçados com multas de R$ 100 mil diários caso desobedecêssemos o quantitativo mínimo de 80% de servidores mantendo o funcionamento dos locais de trabalho”.
Segundo Valter, a categoria terá reajuste. Ele lembrou que, de acordo com o diretor geral do STF, Alcides Diniz, existe a verba de R$ 1 bilhão destinada a contemplar o aumento dos servidores. No entanto, esse valor não é suficiente para pagar os 54,6% de reajuste. “A Federação entende que é melhor garantir alguma coisa do que a categoria permanecer com os salários congelados. Mas independente deste valor já garantido, que é abaixo do que queremos, estamos atuando junto ao Supremo Tribunal Federal para que o acordo feito antes das eleições seja cumprido”, informou.
De acordo com o coordenador de Fenajufe, o reajuste salarial da categoria trata-se de uma questão de manutenção da qualidade de serviços do Judiciário. “Caso não saia a revisão salarial, podemos entrar em colapso devido à evasão de profissionais para outras setores. O STF sabe disso, portanto, acredito que o reajuste virá”, disse Valter Nogueira Alves.
O dirigente sindical Roberto Ponciano também destacou o momento crucial que a categoria atravessa. “Se quisermos fechar a avenida Rio Branco, temos que parar de trabalhar. Não adianta levantar a mão aqui e votar pela greve e depois continuar o trabalho. Não adianta não participar do movimento grevista. Vamos colocar o dedo na ferida: muitos companheiros não participaram da greve. Isso não pode mais existir. Numa greve, 100% da categoria precisa parar”, disse.
Roberto Ponciano destacou também que o sindicato segue as determinações da categoria decididas em assembleia. Portanto, a decisão de interromper o último movimento grevista foi uma decisão baseada na realidade de que os servidores não estavam mobilizados. Além disso, segundo ele, a fomentação do diálogo é fundamental em momentos de pleito de reajuste. “Não adianta fazer discursos politiqueiros e maniqueístas. Fazer discurso é fácil. Trabalhar a greve é que é difícil. A partir de amanhã eu estarei mobilizando a categoria em todas nas varas. O trabalho é de formiguinha”, acrescentou.
Para o diretor sindical João Cunha, a categoria precisa pressionar o presidente do STF. “Temos que cobrar do nosso presidente, e do governo federal, o cumprimento do acordo realizado antes das eleições. Peluso precisa defender a categoria junto ao governo. Todos nós, em cada foro temos que conscientizar nossos colegas de trabalho e trazer todos para greve. Não vamos ser pessimistas. A categoria precisa ficar e permanecer unida”, pediu.
O coordenador executivo da Fenajufe, Dênis de Souza, informou que a Federação está mobilizando servidores de todo o País para participar do ato público, no dia 24 de novembro, em Brasília. “Vamos para a frente do Supremo porque queremos esse aumento para equilibrar nosso poder aquisitivo, que está defasando ano a ano. A luta é para a aprovação do PCS de forma integral, com 54,6% de reajuste. O PCS foi um projeto da categoria discutido por dois anos na base. É o PCS que deve ser atendido, não outras emendas que não atendem a toda a categoria”, defendeu.
Para a direção do sindicato, será a mobilização dos servidores que fará a diferença nesta resta final. Em decorrência do recesso, a data limite para o fechamento do Orçamento é 3 de dezembro. “Não é possível que tenha alguém ainda que acredite que o reajuste vai cair do céu, sem luta. Todos os servidores que estão aqui devem tentar trazer mais dois companheiros para a luta. Não existe mais opções: ou é mobilização ou é congelamento de salários”, ressaltou a diretora sindical Mariana Liria.
FONTE SISEJUFE
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