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domingo, 22 de abril de 2012

CASO DELTA: Cabral inclui a Delta entre empresas que terão contratos analisados no Rio


19/04/2012 17h40 - Atualizado em 19/04/2012 20h12

Decreto foi publicado nesta quinta-feira (19) no Diário Oficial.
Comissão vai analisar contratos com empresas denunciadas no Fantástico.

Do G1 RJ
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O governador do Rio de Janeiro , Sérgio Cabral, assinou nesta quinta-feira (19) decreto que pede a inclusão da construtora Delta Construção entre as empresas que terão os contratos firmados com o governo do estado analisados por uma comissão de sindicância. O grupo é formado por quatro pessoas: um representante da Casa Civil, um da Procuradoria Geral do Estado (PGE), um da Secretaria de Planejamento e um da Auditoria Geral do Estado.

Um levantamento feito pelo RJTV revelou que os serviços contratados durante o governo de Sérgio Cabral custaram quase R$ 1,5 bilhão. A Casa Civil informou nesta quinta-feira que o secretário Régis Fichtner notificou a empresa. Quer que ela se manifeste sobre as gravações de declarações feitas pelo presidente da Delta, veiculadas pela imprensa.

Na conversa, gravada em 2009 e divulgada na segunda-feira (16) pelo blog do jornalista Mino Pedrosa, o empresário Fernando Cavendish fala em dar propina a políticos. A Delta diz que o áudio divulgado não expressa a opinião de Fernando Cavendish e que foi pronunciado em tom de bravata.

As investigações da "Operação Monte Carlo" tambem mostram uma estreita relação entre a construtora e as empresas do bicheiro Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro deste ano. O site Contas Abertas fez um levantamento dos negócios da Delta e descobriu que ela atua em 23 estados e no Distrito Federal, em construções, reformas, obras em rodovias, saneamento. No Rio, ela integra o consórcio que está reformando o Maracanã.

O trabalho do grupo será avaliar os contratos e apresentar sugestões de providências em relação à empresa. A comissão foi criada por decreto no dia 27 de março. Cabral havia ordenado que o grupo avaliasse os contratos das empresas denunciadas por matéria do Fantástico com o Palácio Guanabara.

Na semana passada, o procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, determinou o arquivamento de uma investigação sobre as ligações pessoais do presidente da Delta, Fernando Cavendish, com o governador Sérgio Cabral. A decisão ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Superior do Ministério Público do Rio.

O MP começou a investigar o caso logo após a queda de um helicóptero, em Trancoso, no Sul da Bahia, em junho do ano passado. Sete pessoas morreram, entre elas a mulher e o filho de Fernando Cavendish e a namorada do filho de Sérgio Cabral. O acidente tornou pública a amizade do governador com o dono da empresa, uma das maiores prestadoras de serviços ao governo do estado.

O RJTV teve acesso a documentos que revelam que os contratos firmados com a Delta, desde 2000, somam mais de R$ 2 bilhões. A maior parte, quase R$ 1,5 bilhão, no governo Cabral, sendo R$ 234 milhões empenhados em contratos em que não houve licitação.
Apesar do decreto que determina a investigação dos contratos, nesta quinta, em Brasília, o vice-governador, Luiz Fernando Pezão, disse que não vê irregularidades nos negócios entre a empresa e o governo do estado.

"Nossos contratos todos eles passaram pelos editais de licitações, foram aprovados antes. Nós submetemos nossos editais ao Tribunal de Contas do Estado. A Delta é uma empresa muito agressiva, que pratica preços menores, tem umas estruturas menores nos estados, e ela é uma empresa agressiva, por isso ela tem mais contratos. De ser amigo, de ser amigo, eu por exemplo sou amigo de todos, eu sou secretário de obras, eu me relaciono com todas as empresas", disse Pezão.

A Delta informou que há regularidade em todos os seus atos e que as contestações feitas pelos órgãos de controle são corriqueiras. A empresa reiterou que a gravação da conversa de Fernando Cavendish foi feita clandestinamente e editada por ex-sócios, que serão processados por calúnia e difamação.

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