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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Delta teria rede de laranjas para lavar mais de R$ 25 mi

18 de abril de 2012 | 7h 03

ALANA RIZZO - Agência Estado
Foco das investigações da futura CPI do Cachoeira, prestes a ser instalada no Congresso, a Delta Construções é suspeita de montar uma rede de laranjas para lavar dinheiro numa triangulação com outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda. As suspeitas são investigadas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito da Operação Monte Carlo e também são alvo de investigações no Ministério Público.
Destino de R$ 26,2 milhões da Delta, a Alberto e Pantoja fez uma série de pagamentos a pessoas com vínculos com a empreiteira, sediada no Rio que, agora, negam que tenham recebido as quantias. Entre os destinatários há um pedreiro e um cabeleireiro.
As investigações, segundo avalia o MP, apontam para a prática de indícios de lavagem de dinheiro nas operações que movimentaram mais de R$ 25,8 milhões entre 2010 e 2011.
Entre os principais destinatários do dinheiro do esquema está Pedro Batistoti Júnior, tecnólogo e ex-funcionário da Delta em Mato Grosso do Sul. Laudos da PF atestam que ele teria recebido R$ 300 mil. "Se tivesse R$ 300 mil não precisaria pedir R$ 20 para comprar almoço. Não tenho nada com isso", disse.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que há um padrão no envio de recursos. Há nove anos trabalhando em um salão de beleza em Goiânia, o cabeleireiro Jefferson Dirceu Santos também aparece na lista de destinatários dos recursos. "Que? R$ 60 mil? Nunca recebi nada desse valor e muito menos dessas pessoas. Só podem ter usado o meu nome."
As relações da Delta com a organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira vieram à tona na Operação Monte Carlo. Segundo as investigações, Cachoeira era ligado ao então diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Eles negociavam contratos da empresa com o poder público. Suspeita-se que subornavam servidores públicos e que tenham participado da arrecadação ilegal para campanhas eleitorais. 

Matéria retirada do sítio do Estadão.com.br

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