18 de abril de 2012 | 7h 03
ALANA RIZZO - Agência Estado
Foco das investigações da futura CPI do Cachoeira,
prestes a ser instalada no Congresso, a Delta Construções é suspeita de
montar uma rede de laranjas para lavar dinheiro numa triangulação com
outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda. As
suspeitas são investigadas pela Polícia Federal no âmbito do inquérito
da Operação Monte Carlo e também são alvo de investigações no Ministério
Público.
Destino de R$ 26,2 milhões da Delta, a Alberto e Pantoja fez uma
série de pagamentos a pessoas com vínculos com a empreiteira, sediada no
Rio que, agora, negam que tenham recebido as quantias. Entre os
destinatários há um pedreiro e um cabeleireiro.
As investigações, segundo avalia o MP, apontam para a prática de
indícios de lavagem de dinheiro nas operações que movimentaram mais de
R$ 25,8 milhões entre 2010 e 2011.
Entre os principais destinatários do dinheiro do esquema está Pedro
Batistoti Júnior, tecnólogo e ex-funcionário da Delta em Mato Grosso do
Sul. Laudos da PF atestam que ele teria recebido R$ 300 mil. "Se tivesse
R$ 300 mil não precisaria pedir R$ 20 para comprar almoço. Não tenho
nada com isso", disse.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que há um padrão no envio de
recursos. Há nove anos trabalhando em um salão de beleza em Goiânia, o
cabeleireiro Jefferson Dirceu Santos também aparece na lista de
destinatários dos recursos. "Que? R$ 60 mil? Nunca recebi nada desse
valor e muito menos dessas pessoas. Só podem ter usado o meu nome."
As relações da Delta com a organização criminosa comandada pelo
contraventor Carlinhos Cachoeira vieram à tona na Operação Monte Carlo.
Segundo as investigações, Cachoeira era ligado ao então diretor da Delta
no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Eles negociavam contratos da empresa
com o poder público. Suspeita-se que subornavam servidores públicos e
que tenham participado da arrecadação ilegal para campanhas eleitorais.
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