Nos últimos anos temos acompanhado com preocupação o surgimento e o agravamento de problemas de saúde ligados às relações de trabalho. São diversas as origens das chamadas doenças ocupacionais, que vão desde movimentos repetitivos que causam traumas, até problemas psíquicos e emocionais, provocados por cobranças, obrigações, interatividade com o público, assédios, volume excessivo de trabalho e tantos outros motivos.
O caso do Servidor do Tribunal de Justiça é ainda mais assustador. Não obstante o enorme número de servidores submetidos aos mais variados tratamentos de saúde ocasionados em meio às suas atividades laborais, nunca houve uma preocupação da Administração do TJRJ quanto ao recrudescimento dos afastamentos e readaptações por problemas de saúde do Servidor. Não há estatísticas, nenhuma orientação para prevenção de doenças, combate zero aos vários casos de abusos e exploração no trabalho.
A desatenção da Administração com a saúde do Servidor, associada à omissão conivente e conveniente do órgão de classe é muito grave. Nesta conjuntura, o Servidor se vê desamparado, sem apoio de quem deveria em primeiro lugar preocupar-se com a saúde e o bem-estar do trabalhador. O serventuário do Tribunal hoje, além de ser condicionado a aceitar como natural a negligência do empregador e a nulidade do sindicato, acaba se vendo desamparado e obrigado a encontrar, sozinho, meios de reduzir ou atenuar suas perdas e os desgastes da sua saúde.
Sonhar em completar a carreira gozando de plena saúde para dedicar-se finalmente à família e netos fica cada vez mais difícil com uma política de exploração máxima da mão de obra, com a previsão de redução contínua e sistemática do número de Servidores à disposição das serventias em todo estado, enquanto a demanda de trabalho agiganta-se dia após dia, exigindo cada vez mais esforços do trabalhador já assoberbado de atividades, bem como sua dedicação além do horário de expediente, levando suas atividades para casa, adentrando madrugadas, finais de semana, feriados, sendo obrigado a dormir mais tarde e acordar muito cedo para dar conta de metas criadas sem qualquer coerência, baseadas apenas em médias estatísticas de grupos de trabalho.
Caro amigo, não é justo que você se sinta obrigado a sacrificar sua saúde, seu tempo de lazer e o convívio com familiares e amigos, enquanto a Administração pretende criar critérios de aferição de produtividade para o Servidor já sobrecarregado e afetado física e emocionalmente por pressões internas e externas. Ora, amigo, há 14 anos você tem colaborado para engrandecimento do TJRJ, colocando-o em 1º lugar no ranking do CNJ, 7 destes sem qualquer reajuste salarial. Por que, então, imprimir mais pressão ao trabalhador tão comprometido com seus deveres institucionais?
Não é razoável que um órgão de classe, por anos a fio, se omita, silencie ou simplesmente ignore que os servidores estão adoecendo em nome de uma economia estúpida, que compromete tanto a eficiência da prestação jurisdicional à sociedade quanto o equilíbrio e bem-estar do trabalhador. Assistir inerte ao Servidor desenvolvendo síndrome do pânico, síndrome de Burnout, insônia, depressão, traumas e estresses por serem tratados como máquinas não é papel de um sindicato sério. É esse silêncio cúmplice do Sindicato que encoraja o empregador a manter uma posição tirânica e opressora, exigindo que se faça mais com cada vez menos servidores.
Por isso, a Chapa 2 buscou profissionais com ampla experiência no debate que envolve a saúde no ambiente de trabalho para sua composição. Nossa missão é ouvir você, conhecer de fato as urgências da classe, criar estatísticas e mapas dos maiores incidentes patológicos entre os servidores, identificando suas origens e trabalhando para que a Administração tome providências e crie meios efetivos para atenuar e erradicar as causas geradoras de doenças e problemas de saúde no ambiente de trabalho.
Contamos com seu apoio e seu voto.
VOTE CHAPA 2.
Nenhum comentário:
Postar um comentário