(por:
W.B.*)
Um
espaço cultural com quase 60 anos de existência, bem no Centro do
Rio, próximo ao Largo da Carioca. A placa ao lado de fora do prédio
anuncia: “Esperanto, Língua Internacional”. Muitas pessoas
passam apressadas por ali e nem se dão conta, voltadas sobre si
mesmas, seus smartphones e
suas ocupações rotineiras. Mas
será se não valeria a pena visitar o local, nem que fosse
por curiosidade, simplesmente para saber do que se trata?
Para
quem ainda não apareceu por lá, vai a informação. Trata-se da
sala da Cooperativa Cultural de Esperantistas, própria, adquirida
em dezembro de 1956 e em plena atividade até os dias de hoje. A
entidade não tem fins lucrativos. Seu objetivo é promover
divulgação, ensino e manifestações culturais ligadas à língua
Esperanto.
Esperanto
é um idioma planejado, criado pelo médico polonês Lázaro Zamenhof
(1859-1917), para criar maior entendimento entre os povos, sem
imposições culturais. A idéia é que somente uma língua não
pertencente a nenhum país específico poderia ser verdadeiramente
uma língua internacional, sem que isso representasse alguma espécie
de imperialismo ou aculturação. Pela filosofia esperantista,
absolutamente todos os idiomas locais devem ser preservados, ficando
o Esperanto como segunda língua de todos os povos. Na elaboração
do idioma, foram utilizadas raízes comuns a diversas línguas e
deixaram-se de fora as exceções gramaticais que normalmente
enfernizam a vida do estudante. O resultado, garantem os
esperantistas, foi um idioma que se aprende melhor e mais rápido que
qualquer outro no mundo.
Antes
mesmo da aquisição da sala, que é sua sede há décadas, a
Cooperativa Cultural de Esperantistas (em esperanto "Kultura Kooperativo de Esperantistoj") já existia oficialmente. Sua
fundação legal se deu em meados de 1951. Em 1967, além de sua
sede, a C.C.E. ("K.K,E,") passou a contar também com uma colônia de férias
chamada Fazenda Esperanto, localizada no bairro de Bangu (zona oeste
do Rio).
A
sala da cooperativa é bastante modesta, na verdade: decoração
simples, algumas carteiras, quadro para aulas, pouco material
audiovisual. Mas o fato é que a instituição é referência no
mundo esperantista. Hoje a cooperativa se orgulha de ser, cada vez
mais, um pólo difusor cultural do Esperanto, com venda de livros,
CDs, DVDs e uma concorrida agenda de eventos. Além disso, o público
tem a seu dispor cursos em diversos níveis – e gratuitos. O espaço
é mantido por voluntários, mas, ainda assim, fica aberto ao
públicao de segunda a sábado, em horário comercial, o que não
deixa de ser uma proeza. Agora, não é nenhuma proeza dar uma
passadinha por lá para conhecer, basta a pessoa não se fechar para
as riquezas culturais que estão a nossa volta, bem pertinho.
A
Cooperativa Cultural dos Esperantistas fica na Av. 13 de Maio, 47,
sala 208, no Rio de Janeiro. Tel. 2220-6486.
* W.B. é técnico de atividade judiciária do TJ-RJ, membro do CESTRAJU (Centro Socialista de Trabs. do Judiciário), esperantista e associado à K.K.E. (Kultura Kooperativo de Esperantisoj).
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