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sábado, 12 de janeiro de 2013

Defesa de indía estuprada cobra indenização do colégio Pedro II

Rio

Empresa Confederal Rio Vigilância  será acionada judicialmente

Jornal do BrasilCaio Lima*
Advogados que defendem a índia estuprada em uma festa ocorrida no dia 23 de dezembro ingressaram na tarde desta quinta-feira (10) com uma ação indenizatória contra o Colégio Pedro II, por ter sido dentro da unidade de São Cristóvão onde o fato ocorreu. Segundo eles, é uma “conduta de responsabilidade para coibir a violência num ambiente frequentado por muitas crianças”. 
Além do colégio, eles estão acionando judicialmente também a Confederal Rio Vigilância, empresa para a qual trabalha o vigilante autor da violência contra a indígena, que se encontra preso preventivamente por ordem judicial.
A ação contra o colégio foi impetrada na Justiça Federal. “Se trata de uma ação de responsabilidade civil objetiva do Estado por danos morais a uma cidadã. Entramos na esfera federal porque o Pedro II é uma instituição pública federal”, explica um dos advogados da índia, André de Paula.
Pelo fato de a índia não ter registro na FUNAI – embora os próprios indígenas da Aldeia Maracanã, onde ela reside, a considerem como tal, o que caracterizaria o estupro de vulnerável, como consta nos autos do inquérito –, os advogados optaram por entrar na Justiça do Estado do Rio contra a empresa de segurança Confederal.

“Em relação à Confederal, vamos com cautela, pois eles podem indagar sobre a questão da falta de registro indígena. Caso isso ocorra, ainda poderemos recorrer e declinar a ação para a esfera federal”, ressalta outra advogada que prefere não se identificar.
Em relação à ação criminal que tramita na 17ª Vara Criminal contra o estuprador, os advogados estão se habilitando para acompanharem o caso na condição de assistentes da acusação. Desta forma, pretende fiscalizar o andamento do processo.

O crime
O estupro, como o Jornal do Brasil noticiou ocorreu durante uma festa na madrugada do dia 23 de dezembro, que reuniu representantes de órgãos sociais ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Como a própria índia informou ao JB, ao pedir informações sobre a saída do colégio, o segurança a conduziu para um local escuro nas dependências da escola e a estuprou.
O estupro não foi assimilado por seu companheiro que passou a questionar se ela não havia consentido o ato, como ela confessou ao JB. O casamento acabou não acontecendo, foi adiado e o índio encontra-se em uma viagem à São Paulo, a mando do cacique, para "ele esfriar a cabeça", explicou a própria índia à reportagem
Procurado pela reportagem, o colégio Pedro II não atendeu às ligações tanto no telefone central, como no da filial de São Cristóvão, onde ocorreu o crime. O JB também tentou entrar em contato com a Confederal e não conseguiu.
*Do Programa de Estágio doJornal do Brasil

Matéria do JB noticiada em 27/12/2012

Rio

Cacique da Aldeia Maracanã denuncia estupro de índia

Jornal do BrasilLuciano Pádua
Após as diversas derrotas no poder legislativo, no qual não tiveram o projeto de lei do tombamento do antigo Museu do Índio, os índios da Aldeia Maracanã enfrentam um novo drama, desta vez envolvendo um bárbaro crime. De acordo com o cacique Tukano, líder da aldeia, uma das índias teria sido estuprada por um segurança durante uma festa de fim de ano na unidade São Cristóvão do Colégio Pedro II.
O caso teria acontecido no último sábado (23), com registro na 6ª Delegacia de Polícia, na Cidade Nova, Centro da cidade. Apesar do boletim de ocorrência registrado, a delegacia não dá detalhes sobre o caso - como o nome do acusado e a empresa para a qual ele trabalha -, confirmando apenas que um homem foi preso por estupro de vulnerável durante uma festa, e que a mulher estaria bêbada.
Cacique Tukano denuncia estupro de índia
Cacique Tukano denuncia estupro de índia
De acordo com o cacique Tukano, ao tentar sair do local, por volta das 22h, a índia foi pedir ajuda a um segurança. O homem a teria conduzido a um lugar isolado e cometido o crime ali.  
A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República afirmou, em nota, que está a par do caso e aguarda o envio de documentos para encaminhá-lo aos órgãos competentes.
Procurado pela reportagem do JB, todos os telefones do Colégio Pedro II disponíveis em seu website oficial estiveram ocupados. A instituição também não respondeu aos emails enviados.


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