Saiba quem é o deputado que se exaltou e xingou um senador na CPI
Silvio Costa (PTB-PE) está em seu 2º mandato e coleciona brigas dentro e fora do Congresso
Quem conhece o deputado Silvio Costa (PTB-PE) sabe que ele é um parlamentar pronto para a briga. O quebra-pau de hoje na CPI do Cachoeira com o senador Pedro Taques (PDT-MT) é apenas um exemplo das polêmicas que coleciona dentro e fora do Congresso.
Poder Online: Taques revela encontro com Costa após briga na CPI
Pernambucano de Rio Formoso, cidade a 81km de Recife, Costa já foi
vereador e deputado estadual antes de assumir o mandato na Câmara como
suplente de José Chaves (PTB-PE) , em fevereiro de 2007. Chaves, que
saiu para assumir a Secretaria de Turismo de Pernambuco, voltou nove
meses depois para Brasília e deixou no seu lugar o filho de Costa,
Silvio Costa Filho (PTB-PE), deputado estadual.
A gestão de Costa Filho no Turismo rendeu um episódio de fúria na
biografia do pai-deputado. Irritado com as acusações contra o filho –
que teve de renunciar ao cargo –, Costa invadiu uma rádio em Recife para
defendê-lo. Emocionado, entrou ao vivo para negar o envolvimento do
filho no pagamento superfaturado de cachês em shows no interior do
Estado. E pediu a prisão do prefeito de Araripina, Lula Sampaio, junto
com outros empresários.
O filho, que voltou para a Assembleia, deve ser um dos candidatos a prefeito de Recife.
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Também como suplente, Costa voltou à Câmara em janeiro de 2009 no lugar de Renildo Calheiros, irmão do senador Renan, que virou prefeito de Olinda.
Também como suplente, Costa voltou à Câmara em janeiro de 2009 no lugar de Renildo Calheiros, irmão do senador Renan, que virou prefeito de Olinda.
Em 2009, chamou o então deputado Raul Jungmann (PPS-PE) de “corrupto”
num programa de rádio em meio ao escândalo das passagens aéreas da
Câmara, o que lhe rendeu uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal
(STF) no ano seguinte.
Ainda sobre a farra das passagens, Costa protagonizou críticas ao
então presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) porque “não era
justo” perder o uso da cota para parentes e foi aplaudido. “Não é justo
que mulher e filhos não possam vir a Brasília. Quer dizer que agora eu
venho para Brasília e minha mulher fica lá? Assim vocês querem que eu me
separe. É preciso acabar com essa hipocrisia”, disse à época. Depois,
recuou.
Também em 2009, trocou o PMN pelo PTB.
Eleito deputado federal em 2010, Costa apresentou um projeto alvo de
críticas de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A
proposta quer flexibilizar a Lei da Ficha Limpa e não barrar das
eleições políticos que tiveram suas contas rejeitadas pelo Tribunal de
Contas, a não ser que sejam condenados em sentença definitiva. O
deputado propõe a mudança porque, segundo ele, a lei em vigor “abre
espaço para a perseguição política”.
Na CPI, Costa também brigou com o senador Randolfe Rodrigues
(PSOL-AP) sobre a convocação dos governadores de Goiás, Marconi
Perillo, e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Os dois discutiram no
corredor do Congresso: Randolfe a favor e Costa contra.
“Eu não posso tentar incriminar quem não tem motivos reais ainda”,
disse o petebista. Irritado, o senador do PSOL respondeu: “265 citações,
envolvimento do procurador do estado, gravação telefônica e não há
motivo? Liga dando parabéns para o contraventor e não há motivo pra
convocar? Que mais quer?
O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), colega de partido de
Costa, também teve de passar pelo constrangimento de ouvir dele um apelo
para retirar o requerimento que pedia a convocação do jornalista da
Veja para depor na CPI. “Não se pode convocar um jornalista que prestou
serviço à democracia do Brasil, que mostrou à opinião pública que a
corrupção está muito forte”.
E hoje Costa protagonizou um momento “dia de fúria” na CPI. Exaltado e
aos berros, foi para cima do senador Pedro Taques (PDT-MT), colocou o
dedo em riste na cara dele e xingou o colega: "Você é metido a paladino
da ética. Deselegante, interrompe minha fala para fazer uma questão de
ordem sem começo, meio e fim". “Vossa excelência não me meça pela sua
régua”, disse Taques a Costa. “A sua régua é menor do que a minha”,
rebateu Costa. “Não faço parte da sua Chacrinha”, disse Taques. “F...
Você é um merda”, esbravejou Costa. Já com a sessão encerrada, o
deputado ainda rondou a Mesa da CPI, antes de deixar o plenário.
O deputado também partiu contra o senador Demóstenes Torres (GO-sem
partido): "se o céu existir, e eu tenho certeza que existe, o senhor não
vai para o céu, porque o céu não é lugar de mentiroso. O céu não é
lugar de gente hipócrita."