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sábado, 23 de junho de 2012

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALERJ EM DEFESA DO IASERJ EM 31/05/12



MATÉRIA RETIRADA DO PORTAL DO  SINDSPREV: http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/galeria_ver.asp?entrada=171

Em audiência pública, servidores e parlamentares repudiam demolição do Hospital Central do Iaserj

31/05/2012
Audiência repudiou tentativas do governo Cabral Filho (PMDB) de demolir o Hospital Central do IaserjFoto: Fernando França

Por André Pelliccione, da Redação do Sindsprev/RJ*

A tentativa do governo Sergio Cabral Filho (PMDB) de demolir o Hospital Central do Iaserj e transferir sua área para que o Inca (Instituto Nacional do Câncer) construa ali um centro de pesquisas foi repudiada por servidores, parlamentares, usuários da unidade e sindicalistas que participaram, nesta quinta-feira 31, de audiência pública na Comissão de Saúde de Alerj. Com presença de representantes da Afiaserj, Sindsprev/RJ, Sindicato dos Fazendários, Sindicato dos Profissionais em Educação (Sepe-RJ) e Defensoria Pública da União, a audiência fez um chamado aos movimentos e entidades de servidores para que resistam à demolição, ocupando as instalações do Hospital Central a partir desta sexta-feira, 1/06. 

Outros indicativos aprovados na audiência foram: redigir uma carta de desagravo contra a demolição do IASERJ, a ser lida em plenário pelos deputados estaduais Janira Rocha (PSOL) e Paulo Ramos (PDT) e enviada ao governador Cabral Filho; entrar com uma Representação contra o secretário de Saúde, Sergio Côrtes, junto ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj); e preparação de ações judiciais questionando a constitucionalidade da demolição proposta pelo governo. Uma dessas medidas judiciais também visaria resguar a vida de pacientes graves que se encontram internados no Hospital Central do Iaserj.
Criticando duramente a tentativa de demolição, o diretor-geral do Hospital Central do Iaserj, Nelson Ferrão, mostrou documento, com data de 29 de maio e assinado pelo secretário Côrtes, ‘oficializando’ a desativação da unidade. No texto, Sergio Côrtes ‘autoriza a transferência dos serviços assistenciais e ambulatoriais prestados pelo Hospital do Iaserj', e dos servidores lotados na unidade, para o Iaserj Maracanã, ressalvando que a referida transferência ‘deverá ser efetivada de forma a não causar prejuízo aos pacientes’. Após lembrar que no Hospital do Iaserj há dezenas de pacientes internados em CTI (estado grave), Ferrão afirmou ser impossível transferí-los sem que corram efetivo risco de vida, opinião compartilhada por vários outros médicos do Iaserj presentes à audiência. 

Em seguida, o diretor-geral disse que ‘não fará a transferência’ determinada pelo secretário Côrtes, lembrando que, como médico, ‘deve fazer o hospital funcionar, salvando vidas’, e que ‘não vai destruir o hospital’. Sua intervenção foi concluída com a ressalva de que o Hospital do Iaserj atende a 41 especialidades, enquanto que o centro de pesquisas que querem construir para o Inca atenderia a uma única especialidade (Oncologia), por mais importante que seja o tratamento do câncer.
Atitude 'irresponsável e criminosa' do governo Cabral Filho
A deputada Janira Rocha (PSOL) classificou a demolição de ‘atitude  irresponsável e criminosa' do governador Cabral Filho. “Essa medida  — disse — faz parte da política de sucateamento da saúde estadual, que vai deixar a população ainda mais desassistida, desrespeitando o direito à saúde assegurado pela Constituição Federal. Por isso é essencial resistirmos todos à demolição”. 

Para o diretor do Sindsprev/RJ Julio Cesar Tavares, o caminho é mesmo resistir. “Recentemente conseguimos impedir que o Hospital de Ipanema fosse entregue ao governo do Rio, que queria construir ali uma central de transplantes, acabando com o atendimento oferecido diariamente a milhares de pessoas, em variadas especialidades. Como em Ipanema, só a mobilização com resistência é que vai impedir a demolição do Iaserj”, afirmou.

O deputado Paulo Ramos (PDT) também manifestou total solidariedade à luta em defesa do Hospital. “O Iaserj é patrimônio do servidor e teve sua construção financiada pelos servidores. Sua demolição é inconstitucional. Os servidores devem resistir a isso”. A vereadora Sônia Rabelo chamou a demolição de ‘ato ilegal, irregular e ilegítimo'. Segundo ela, com a desativação já oficializada, a justiça deve se pronunciar para impedir que a demolição aconteça. 

A presidente da Afiaserj, Mariléa Ormmond, criticou a ausência de representantes do governo estadual na audiência. Aproveitando a presença do ministro da saúde, Alexandre Padilha, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (1/06) servidores tentarão entregar-lhe uma carta durante sua participação em cerimônia na Câmara Municipal, onde receberá a medalha Pedro Ernesto. No documento, os servidores pedirão a imediata suspensão da demolição do Iaserj e que o Hospital seja incorporado ao SUS, para que possa receber recursos do Sistema Único.

*texto produzido a partir de informações do jornalista Olyntho Contente
http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/uploads/secao/20120601024500.jpg

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