MATÉRIA RETIRADA DO PORTAL DO SINDSPREV: http://www.sindsprevrj.org.br/jornal/galeria_ver.asp?entrada=171
Em audiência pública, servidores e parlamentares repudiam demolição do Hospital Central do Iaserj
31/05/2012
Audiência repudiou tentativas do governo Cabral Filho (PMDB) de demolir o Hospital Central do IaserjFoto: Fernando França
Por André Pelliccione, da Redação do Sindsprev/RJ*
A tentativa do governo Sergio Cabral
Filho (PMDB) de demolir o Hospital Central do Iaserj e transferir sua
área para que o Inca (Instituto Nacional do Câncer) construa ali um
centro de pesquisas foi repudiada por servidores, parlamentares,
usuários da unidade e sindicalistas que participaram, nesta quinta-feira
31, de audiência pública na Comissão de Saúde de Alerj. Com presença de
representantes da Afiaserj, Sindsprev/RJ, Sindicato dos Fazendários,
Sindicato dos Profissionais em Educação (Sepe-RJ) e Defensoria Pública
da União, a audiência fez um chamado aos movimentos e entidades de
servidores para que resistam à demolição, ocupando as instalações do
Hospital Central a partir desta sexta-feira, 1/06.
Outros indicativos aprovados na
audiência foram: redigir uma carta de desagravo contra a demolição do
IASERJ, a ser lida em plenário pelos deputados estaduais Janira Rocha
(PSOL) e Paulo Ramos (PDT) e enviada ao governador Cabral Filho; entrar
com uma Representação contra o secretário de Saúde, Sergio Côrtes, junto
ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj); e
preparação de ações judiciais questionando a constitucionalidade da
demolição proposta pelo governo. Uma dessas medidas judiciais também
visaria resguar a vida de pacientes graves que se encontram internados
no Hospital Central do Iaserj.
Criticando duramente a tentativa de
demolição, o diretor-geral do Hospital Central do Iaserj, Nelson Ferrão,
mostrou documento, com data de 29 de maio e assinado pelo secretário
Côrtes, ‘oficializando’ a desativação da unidade. No texto, Sergio
Côrtes ‘autoriza a transferência dos serviços assistenciais e
ambulatoriais prestados pelo Hospital do Iaserj', e dos servidores
lotados na unidade, para o Iaserj Maracanã, ressalvando que a referida
transferência ‘deverá ser efetivada de forma a não causar prejuízo aos
pacientes’. Após lembrar que no Hospital do Iaserj há dezenas de
pacientes internados em CTI (estado grave), Ferrão afirmou ser
impossível transferí-los sem que corram efetivo risco de vida, opinião
compartilhada por vários outros médicos do Iaserj presentes à audiência.
Em seguida, o diretor-geral disse que
‘não fará a transferência’ determinada pelo secretário Côrtes, lembrando
que, como médico, ‘deve fazer o hospital funcionar, salvando vidas’, e
que ‘não vai destruir o hospital’. Sua intervenção foi concluída com a
ressalva de que o Hospital do Iaserj atende a 41 especialidades,
enquanto que o centro de pesquisas que querem construir para o Inca
atenderia a uma única especialidade (Oncologia), por mais importante que
seja o tratamento do câncer.
Atitude 'irresponsável e criminosa' do governo Cabral Filho
A deputada Janira Rocha (PSOL)
classificou a demolição de ‘atitude irresponsável e criminosa' do
governador Cabral Filho. “Essa medida — disse — faz parte da política
de sucateamento da saúde estadual, que vai deixar a população ainda mais
desassistida, desrespeitando o direito à saúde assegurado pela
Constituição Federal. Por isso é essencial resistirmos todos à
demolição”.
Para o diretor do Sindsprev/RJ Julio
Cesar Tavares, o caminho é mesmo resistir. “Recentemente conseguimos
impedir que o Hospital de Ipanema fosse entregue ao governo do Rio, que
queria construir ali uma central de transplantes, acabando com o
atendimento oferecido diariamente a milhares de pessoas, em variadas
especialidades. Como em Ipanema, só a mobilização com resistência é que
vai impedir a demolição do Iaserj”, afirmou.
O deputado Paulo Ramos (PDT) também
manifestou total solidariedade à luta em defesa do Hospital. “O Iaserj é
patrimônio do servidor e teve sua construção financiada pelos
servidores. Sua demolição é inconstitucional. Os servidores devem
resistir a isso”. A vereadora
Sônia Rabelo chamou a demolição de ‘ato ilegal, irregular e ilegítimo'.
Segundo ela, com a desativação já oficializada, a justiça deve se
pronunciar para impedir que a demolição aconteça.
A presidente da Afiaserj, Mariléa
Ormmond, criticou a ausência de representantes do governo estadual na
audiência. Aproveitando a presença do ministro da saúde, Alexandre
Padilha, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (1/06) servidores tentarão
entregar-lhe uma carta durante sua participação em cerimônia na Câmara
Municipal, onde receberá a medalha Pedro Ernesto. No documento, os
servidores pedirão a imediata suspensão da demolição do Iaserj e que
o Hospital seja incorporado ao SUS, para que possa receber recursos do
Sistema Único.
Nenhum comentário:
Postar um comentário