FONTE: JORNAL ESTADÃO ON LINE http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,britto-diz-que-sociedade-aceitou-julgamento-do-mensalao,884214,0.htm
Britto diz que sociedade aceitou julgamento do mensalão
09 de junho de 2012 | 8h 50
AE - Agência Estado
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos
Ayres Britto, avalia que a sociedade aceitou o julgamento do mensalão em
pleno período eleitoral. Ele garantiu que a Corte não está predisposta a
condenar ou absolver os 38 acusados de envolvimento no maior escândalo
de corrupção do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A sociedade aceitou bem a marcação (do início do julgamento em 1.º
de agosto)", disse Ayres Britto. "Sete anos se passaram. Dois ministros
vão se aposentar. Ano eleitoral. Risco de prescrição." Para ele, se não
ocorrerem muitos incidentes no julgamento, é possível concluir o
trabalho até o fim de agosto.
Ayres Britto disse que o cronograma traçado pelo tribunal para o
julgamento - 5 horas por dia para ouvir os advogados - permitirá que os
ministros fiquem atentos a todas as sustentações orais da defesa. E que,
se durante os dias de julgamento, surgir um processo urgente que
necessite de uma decisão, o STF deliberará no início ou no fim da
sessão.
Ele acredita na participação do ministro Cezar Peluso, que se aposenta compulsoriamente no início de setembro, aos 70 anos.
O ministro Marco Aurélio Mello ironizou a acusação do secretário
nacional de Comunicação do PT, André Vargas, segundo o qual o STF
curvou-se a pressões para marcar o julgamento. "Vamos atribuir isso ao
direito de espernear", disse o ministro. "É o tipo da coisa: seria
idêntica a reação dele se fosse do PSDB?".
O ministro afirma que o STF atua de forma equidistante. "O Supremo
não sucumbiu a qualquer pressão popular. A equidistância é uma regra. (A
acusação) É uma visão apaixonada do secretário do PT. Não houve
pressão. O Supremo não está sujeito a ingerência. A cadeira vitalícia
(de ministro) é justamente para cada qual atuar com sua consciência e
ciência."
O ministro disse que nada influenciará o julgamento. "Vamos julgar
segundo os elementos do processo, de acordo com a prova apresentada pelo
Ministério Público acusador." Para ele, o roteiro obedece rigorosamente
ao princípio da imparcialidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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