Quinta-feira, 19 de julho de 2012
Hoje é dia de CINECLUBE no Forum Regional da Pavuna, às 18 hrs, sala ESAJ, 2º andar, dando continuidade, agora, a exibição mensal do cine.
Considerando que no mês de maio suspendemos a exibição do filme abaixo, por motivo alheio a nossa vontade, o filme
Eles Não Usam Black Tie, entra de novo em cartaz na Pavuna. Contamos com sua presença.
Venha se desestressar no final do expediente, depois de um dia árduo de trabalho, ainda que sem a valorização necessária de quem de direito, saboreando uma pipoquinha e degustando o melhor do filme nacional.
Antes do início do filme, abriremos nosso encontro com informações sobre o atual cenário de luta pela não demolição do IASERJ e a questão da ADI no STF, e seus efeitos reflexos em nosso PCCS, a partir da recente mudança com a inclusão dos triênios.
Também teremos com esta atividade um momento de despedida de nossa sala da ESAJ, no 2º andar, que desaparecerá em breve, em virtude da ampliação do cartório e gabinete da 1ª vara cível, e passará a ser no 1º andar , onde se encontra atualmente a Direção do Forum.
CINECLUBE, O FILME:
Eles Não Usam Black Tie – Nacional
Ficha Técnica
Título original: Eles não Usam Black-Tie
Gênero: DramaDuração: 134 min.
Lançamento (Brasil): 1981
Distribuição: Embrafilme
Direção: Leon Hirszman
Roteiro: Gianfrancesco Guarnieri e Leon Hirszman
Produção: Leon Hirszman Produções e Embrafilme
Música: Adoniran Barbosa, Chico Buarque de Hollanda e Gianfrancesco Guarnieri
Fotografia: Lauro Escorel
Desenho de produção: Jefferson Albuquerque Júnior e Marcos Weinstock
Figurino: Yurika Yamasaki
Edição: Eduardo Escorel
Sinopse: Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas as dificuldades do casal são imensas. Nisso, eclode uma greve. Otávio, o pai de Tião, veterano líder sindical, que passou alguns anos na cadeia devido à militância política reprimida pela ditadura militar, adere à greve mesmo contrariado com a decisão da categoria, que lhe parece precipitada. Participando dos piquetes em frente à fábrica, entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho, indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve. Individualista, credita à militância do pai a miséria em que sempre viveram. O conflito explode no interior da família e Tião é obrigado a deixar a casa dos pais e o emprego. Maria é adotada pelos futuros sogros, que assumem o nascimento próximo do neto. A repressão à greve provoca uma vítima fatal: Bráulio, líder ligado à Igreja, e o maior amigo de Otávio. O movimento operário tem o seu mártir, que se transforma numa bandeira de lutas.
O FILME EM ANÁLISE POR Giovanni Alves
O filme "Eles não usam black-tie", de Leon Hirzsman (1981), expõe a
problemática da consciência de classe a partir da dialética entre
contingencia e necessidade (das respostas) da classe do proletariado à
condição existencial de proletariedade. Eis a questão: a consciência de
classe necessária - que constitui a classe social do proletariado -
emerge das respostas que as individualidades pessoais de classe são
obrigadas a dar - no plano da contingencia da vida cotidiana - à
condição existencial de proletariedade. No caso do filme de Leon
Hirzsman as respostas dadas pelos homens e mulheres operárias à condição
de proletariedade exposta no decorrer do filme assumiram um caráter
coletivo, organizado no movimento sindical. Ora, como observou Georg
Lukács, "o homem é um ser que dá respostas". O que significa que, homens
e mulheres proletárias imersas em sua condição de proletariedade são
obrigados a dar resposta à alienação/estranhamento que permeiam suas
vidas cotidianas. Na verdade, o que se coloca como questão essencial é a
natureza das respostas humanas contingentes e necessárias capazes de
constituírem, no plano do imaginário social, a identidade de classe do
proletariado.
OUTRA ANÁLISE QUE VALE A PENA LER NA
ÍNTEGRA VISITANDO O BLOG:
http://cinebrasilis.blogspot.com.br/2009/02/eles-nao-usam-black-tie.html
“Eles Não
Usam Black-tie” é sobre o afrontamento dessas duas gerações, pai ( Otávio) e Tião ( o filho) e não
procura esconder isso, alguns diálogos são bem explícitos dizendo
abertamente o que geralmente ficaria subentendido, mas de novo, como o
filme busca um diálogo mais próximo com um público sem tanto
entendimento cinematográfico, essa escolha se torna entendível e
suportável. Aqui está se usando o cinema não para falar de cinema, e sim
como uma ferramenta para a veiculação de ideais sociais (Eisenstein).
Aqui o pensamento comum e machista é punido, ao contrário do que vemos hoje com a supervalorização do banal pela tv.
A
revolução, o ato consciente e a busca pelos direitos não se trata de um
ato suicida, distante da nossa realidade e utópico, e sim um processo
de luta natural para a evolução.
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