Ocupação impede remoção de mais equipamentos do Hospital do Iaserj, à noite
17/07/2012
Por Olyntho Contente
Da Redação do Sindsprev/RJ
Foto: Samuel Tosta
Resistência vai continuar até que seja suspenso processo criminoso de demolição do hospital
Os
manifestantes que ocupam pacificamente as dependências do Hospital do
Iaserj conseguiram evitar que funcionários da secretaria estadual de
saúde levassem mais equipamentos da unidade, na noite de segunda (16/7) e
na madrugada desta terça-feira (17/7). Os funcionários que se
identificaram como sendo da secretaria estadual de Saúde chegaram em uma
van acompanhados por uma viatura policial, às 21 horas. Do lado de fora
estavam caminhões-baú, que transportariam o material.
Os
servidores do Iaserj, dirigentes do Sindsprev/RJ e do Sindicato dos
Médicos, cobraram dos funcionários da secretaria, um documento oficial.
Ao diretor do Sindsprev/RJ, Mariano Maia, disseram que obedeciam a
ordens superiores, mas não mostraram qualquer ofício determinado a
remoção. Os manifestantes cobraram, também dos policiais, uma posição em
relação ao comportamento ilegal que caracterizaria roubo dos
equipamentos. Os policiais concordaram com o ponto de vista dos
servidores, mas não impediram a retirada.
Pressão
Emissoras
de tevê estavam presentes e faziam imagens do material que era retirado
do Pavilhão Clínico, mas não do hospital. Ao mesmo tempo, os
manifestantes gritavam palavras de ordem sobre o comportamento ilegal e
contra quem determinou a retirada, o governador Sérgio Cabral Filho,
pressionando e exigindo o fim do procedimento. Como a remoção era
ilegal, como foi a retirada dos aparelhos e pacientes no fim de semana,
também sem os procedimentos previstos em lei, e havia testemunhas do seu
ato ilícito, os funcionários da secretaria decidiram suspender a
remoção.
Praça Tahrir
O recuo foi comemorado pelos servidores, familiares de pacientes, pacientes, dirigentes
sindicais e estudantes que fazem parte do movimento de resistência. “A
sociedade civil está se manifestando contra a desativação e demolição do
hospital, projeto imposto de forma autoritária por um governo
ditatorial que usa de meios ilícitos para destruir um hospital, um crime
contra a população”, afirmou Mariano.
Para
o dirigente, a sociedade civil se manifesta de maneira inequívoca e
crescente contra a ofensiva de Cabral contra o patrimônio público. “O
pátio do Hospital do Iaserj está se transformando numa Praça Tahrir”,
numa referência ao local que se tornou mundialmente famoso pelos
protestos da população egípcia que puseram fim à ditadura de Hosni
Bubarak. “Vamos resistir e iniciar um movimento pela saída de Cabral do
governo do estado, por todas as atitudes que tem tomado contra o povo do
estado do Rio”, disse o dirigente.
A
diretora da Associação de Funcionários do Iaserj, Carmem Barbeito,
frisou que a vigília vai continuar até que seja revisto o projeto de
demolição do Hospital do Iaserj. “Não vamos permitir que mais este crime
seja perpretado contra os mais de 9 mil pacientes atendidos, por mês,
nesta unidade. O que o governador está fazendo é ilegal,
inconstitucional e desumano e atende a interesses inconfessáveis”,
afirmou
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