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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Matéria retirada do pílulas-diárias.blogspot.com

A Bíblia, o aborto, a homossexualidade

A revista Época desta semana traz uma entrevista com o Pastor Sóstenes Apolos da Silva, líder religioso da candidata do PV, Marina Silva. Quanto ao direito ao aborto, o pastor disse que o estatuto do PV libera seus membros para votar segundo sua consciência.

Ora, é exatamente disso que se trata. Legalizar o aborto significa deixar às consciências dos envolvidos (principalmente, as mulheres) a opção por fazê-lo ou não. Com a vantagem de que para as mais pobres
a interrupção da gravidez poderia ser feita de modo mais digno e seguro.

O pastor também afirma que a Bíblia considera a homossexualidade uma “prática abominável”. E cobra coerência: “Ou cremos na Bíblia ou não cremos.”

A resposta do pastor lembra uma mensagem que ficou famosa na internete há alguns anos. O ouvinte de um programa religioso de rádio questiona a citação dos “textos sagrados” para condenar a homossexualidade. Segundo Levíticos 25:44, diz ele, a posse de escravos é possível desde que sejam comprados de nações vizinhas. Em
Êxodo 21:7, a venda de filhas como escravas é permitida. Ainda segundo Êxodo (35:2), aqueles que trabalham aos sábados estão sujeitos à pena de morte.

Assim, ao pastor deveria ser lembrado que a Bíblia não deve ser utilizada como um manual de conduta. Ainda menos, para quem não crê na santidade de seus preceitos. Vários de nós têm todo o direito de dizer “não cremos nela”. Mas, muitos outros têm o mesmo direito de afirmar “não cremos nela do mesmo modo”.

Sobre as citações bíblicas, clique: http://ateus.net/artigos/critica/esclarecendo-a-biblia

Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com

domingo, 27 de junho de 2010

Em busca do fim da Lei da Mordaça também aqui no RJ, já é realidade no Estado de São Paulo- ( vídeo retirado do Youtube)



Assembleia Legislativa aprova o fim da Lei da Mordaça Ação promovida por Giannazi no STF foi fundamental para pressionar a aprovação da lei em um dos artigos do Estatuto do Servidor Público do Estado de São Paulo

Dunga e as estruturas de poder do futebol brasileiro

Dunga e as estruturas de poder do futebol brasileiro


foconaTV.blogspot

Jorge Reis da Costa, o Jorge Kajuru, polêmico paladino do jornalismo esportivo e adjacências no rádio e na TV brasileiros; homens como estes não são o padrão dos produtores de bens simbólicos midiatizando as quatro linhas brasileiras. Na ausência da valentia, sobra mediocridade e covardia. Faltam Kajurus nas coletivas sem sal da CBF.
27 de junho de 2010, Vila Setembrina dos Farrapos traídos em Ponche Verde; Continente de São Sepé dos Lanceiros Negros pelas costas fuzilados em Porongos; Liga Federal de los Pueblos Libres de Artigas y Valientes. Bruno Lima Rocha

Escrevo este artigo antes do jogo entre Brasil X Chile, a ser realizado às 15.30 (hora de Brasília) de segunda-feira, dia 28 de junho de 2010. Os temas aqui abordados intentam transcender a temporalidade e o debate das quatro linhas. Minha opinião como torcedor e amante do futebol não é relevante. Concentro-me nas relações de poder da economia política do futebol e a mídia corporativa.

O fato

Na semana passada, há exatos sete dias (20 de junho de 2010), o país esfuziante comemorava a surpreendentemente boa exibição da seleção brasileira comandada pelo gaúcho de Ijuí. Momentos após a partida quando o time de Ricardo Teixeira vencera a Costa do Marfim por 3 a 1, dera-se um episódio ímpar no moribundo jornalismo esportivo (transformado em info-entretenimento para baixa cognição) e nas relações entre a mídia oligopolista, em especial pela líder do oligopólio (Organizações Globo, pertencente a família Marinho), e o público consumidor de “notícias” futebolísticas. A situação é de conhecimento mundial, e seu factual resulta num bate boca entre o treinador brasileiro e um repórter e apresenatdor com talento cômico, Alex Escobar, funcionário da TV Globo. Embora o tema já esteja mais que comentado, me sinto na obrigação de reproduzir em parte o que falei no ar (junto aos demais companheiros, Eduardo e Diego) em programa semanal que co-edito e co-produzo na Unisinos FM, 103.3, São Leopoldo/RS. Vamos aos pontos de debate.
Subindo a escada já no último degrau

Carlos Caetano Bledorn Verri atende pela alcunha de Dunga e recebeu uma oportunidade rara sob todos os pontos de vista. Temos de reconhecer que nenhum trabalhador, de ofício algum, seja ele ou ela classista ou arrivista identificado pelo selo de “profissional”, jamais inicia sua trajetória no mundo do trabalho pelo topo e consagração em sua carreira. Nem mesmo os mais críticos contra a marketização, inimigos viscerais da ampliação dos espaços de mercado na sociedade – como este aqui a escrever – vão admitir um neófito dar o primeiro passo a partir do posto máximo imaginável. Dunga, que justiça seja feita mais se parece com o anão zangado, atingiu o topo do mundo sem subir degrau algum. Jamais treinara nem sequer time de futebol de botão (outro patrimônio cultural dos povos brasileiros) e começa a coordenar a seleção mais cultuada do planeta.

A Confederação Brasileira de Futebol é uma entidade privada, supostamente federalista, mas na prática reflete um poder executivo quase imperial de seu presidente. Assim o foi na Era João Havelange (quando ainda havia a CBD), e após o mesmo passara com o almirante Heleno Nunes. Vale observar que este naval fora o “gênio” que forçou o capitão de artilharia do Exército e egresso de sua Escola de Educação Física, Cláudio Coutinho, a deixar o Falcão no Brasil e escalar o volante do São Paulo, Chicão, para a Copa de 1978 na Argentina. Dizem os porões que o volante são paulino era cutuado com um “Deus da Raça” do DOPS. Não me espanta. Seguindo na trajetória da entidade, já como CBF, houve a vexatória dupla de comandantes políticos, Octávio Pinto Guimarães e o então deputado Nabi Abi Chedid; culminando no Reinado de Ricardo Teixeira, o ex-genro (de Havelange). Este operador da Bolsa de Valores, amo e senhor da estrutura máxima do futebol identidade do país, atingiu o poder em 16 de janeiro de 1989.

Já naquele hoje distante primeiro ano à frente da entidade, indicara o ex-preparador físico do Flamengo e recém iniciado treinador de futebol, Sebastião Lazaroni, que recebeu o comando da seleção. Na seqüência, o gênio da CBF queima a carreira de Paulo Roberto Falcão como técnico, colocando-o na fogueira da Copa América do Chile. Neste caso, o de Dunga, o padrão se mantém. Ricardo Teixeira indica alguém com trajetória vencedora dentro das quatro linhas, uma pessoa com a marca da seriedade e empenho no trabalho, mas sem nenhuma experiência prática. Independente de valorarmos ou não o trabalho de Dunga (e me incluo nos críticos), um analista político tem como dever interpretar que fatos assim só ocorrem em organizações quase autocráticas, quando um Executivo “manda prender e manda soltar”, ou “bate, prende e arrebenta”, seguindo apenas os seus próprios critérios. Ou seja, desde que atenda os anseios dos aliados empreendedores econômicos do negócio da bola, o Presidente Imperador faz o que quiser.

Para quem imagina que exagero, basta uma lembrança. Indicar Dunga para a seleção brasileira sem nunca haver treinado nem time de pelada varzeana, é a réplica do padrão do ocorrido na noite anterior da final da Copa do Mundo de 1998 e que resultara na escalação de Ronaldo Nazário fora de toda e qualquer condição de jogo. Posteriormente o fato rendeu, gerando a CPI da Nike e da CBF, cujos relatórios foram velados e o livro escrito por um de seus relatores teve a edição apreendida das livrarias e distribuidoras. A bancada da bola, a cartolagem com mandato federal ou amizades planaltinas, é poderosa. Por estes e outros fatores, seria inimaginável supor que Dunga não tenha (ou tinha) uma boa relação com a diretoria da Confederação em geral e com seu presidente em particular. Este ato, relacionado com o padrão de jogo por ele imposto, mais a pregação da “ideologia da superação” e a abundância de patrocinadores, conforma um cenário perfeito para taxar Dunga e Jorginho de chapas-branca e subordinados.

Não seriam os primeiros tampouco. É o padrão da CBF (como na antiga CBD) e que muito poucos dele discordaram. Um exemplo máximo é o eterno saudoso João Sem Medo Saldanha, alegretense e gaucho sem acento, de outra estirpe, distinta do natural de Ijuí. Ou seja, qualquer pessoa com um mínimo de senso de rebeldia e dignidade, tem razões e motivos para discordar e até antipatizar com Dunga, seus métodos e aliados. O que ninguém esperava era a reação deste treinador para com a emissora líder da TV brasileira.

O entrevero de fundo

Assim como tenho diversos motivos para não suportar o técnico da seleção brasileira (por fatores futebolísticos mais que nada), confesso que me surpreendi com sua reação perante a TV Globo e ao vivo. Explico. Não foi a primeira vez e pelo visto nem será a última situação em que Carlos Caetano colide de fronte com a mídia comercial, oligopolista e corporativa brasileira. No caso dos conglomerados midiáticos nacionais, boa parte de seus funcionários na função de repórteres “apanharam” (na gíria jornalística) em coletivas e demonstraram indignação posterior. O silêncio de sempre vinha da amiga e parceira de Ricardo Teixeira, as Organizações Globo. Não me recordo de um ato de solidariedade desta emissora para com os colegas empregados nas concorrentes. E, grosserias sempre foram manifestadas pela dupla da comissão técnica em posto de comando. Sim, pois além de Dunga, Jorge de Amorim Campos sempre se indigna com as críticas e levanta a voz, repudiando as supostas posturas antipatriotas de coleguinhas da imprensa os atacando.

É preciso tecer algumas considerações:

Ninguém pode ocupar um posto de exposição pública e sentir-se imune às críticas. Assim, quem senta diante de uma roda de repórteres corporativos com um painel de patrocinadores atrás, tem uma previsão de comportamento estudado, trabalhado através de media training e decorando respostas água com açúcar, reforçando o senso comum, condensando idéias de consentimento forçado e ausentando-se de polêmicas. Ao menos nisso, segundo meu ponto de vista, Dunga se porta bem.

Carlos Caetano tem o dever de ouvir opiniões alheias e respeitar todas as formas de críticas. Ao mesmo tempo, não tem nenhuma obrigação de reconhecer um mandato societário da mídia corporativa. Os repórteres falam em nome de suas empresas, seus produtos irão para uma grade montada sobre um modelo de negócios e tudo está entreverado com entretenimento. Já resta pouca ou quase nenhuma vocação de jornalismo como paladino da cidadania na mídia corporativa esportiva brasileira e mundial. A liberdade de imprensa defendida por editores e patrões, é a liberdade de empresa. Quem mais executa a censura são as chefias a mando de anunciantes ou sócios majoritários. Os bastidores do futebol brasileiro revelam um nexo político-financeiro-criminal e até os adolescentes sabem disso. O padrão é o mesmo em poderosas ligas estrangeiras, como a inglesa, onde tem tudo menos capital inglês controlando seus clubes-empresa. Esse é o pano de fundo e é muito mais relevante do que a possível operação pubiana do marido da obispa Caroline Celico, operadora midiático-financeira da “Igreja” Renascer em Cristo no Estado Espanhol, o meio campista Ricardo Izecson dos Santos Leite (Kaká).

Nesse sentido entendo que Dunga está no seu direito, tanto o de reagir como bem quiser (e sentir as conseqüências da ação) diante de provocações de toda ordem. O exercício arbitrário das próprias razões até crime é, mas de peso leve, de tipo crime de honra. Não havendo violência gratuita, ele que reaja como bem entender e que sirva de lição. A gritaria é ampla: “O técnico da seleção não é um modelo de comportamento!”. É verdade; mas a crítica sobre ele se dá na relação de seu temperamento com os anseios de exposição midiática para atender as cotas de patrocínio e a figura de relações públicas que a bola como negócio exige de suas estrelas. Certa vez afirmei serem os boleiros de dimensão internacional uma espécie de commodity que anda, fala e faz besteira com a própria reputação e a alheia. Sob esse ponto de vista, Dunga é um desastre andante e falante. Para mim, nesse item, Carlos Caetano fez um golaço, lavando a alma na peleia simbólica de milhões de brasileiros.

Já da parte da Globo, a irritação tem sua origem na proibição de exclusivas e no fim de privilégios em zonas mistas especiais. Em 2002 a emissora transmitiu a Copa sozinha e no desastre de 2006, teve “concorrência” apenas na TV paga através do Band Sports. Na ocasião, Carlos Caetano era funcionário da família Saad e comentava a Copa da Alemanha para a concorrente da família Marinho. Aprendeu na planície a dureza que é enfrentar uma tropa completa estando em minoria. Deve ter visto poucas e boas também; afinal, estamos na era do jabá eletrônico e das estruturas de poder atravessadas pelo marketing e o comércio de imagens. Sabendo disso, atormentado com as reclamações vindas por cima (entre direções), Dunga se estourou diante da humanidade através das telas de TV.

Além da irritação da TV líder pela perda dos privilégios que sempre tivera, também consta o fato do exagero de treinos fechados. Os repórteres afirmam que assim eles não conseguem produzir “conteúdo” para alimentar as redes. Essa é uma meia verdade. A outra ponta é a captura de imagens das placas dos patrocinadores. Exposição de imagem é a moeda de troca do emprego de dinheiro em troca da estampa das logomarcas nos uniformes de treino e jogo, além das peças publicitárias, utilizadas pelos jogadores da seleção. Sem essa cobertura, Dunga ganha no controle do grupo, mas ao mesmo tempo diminui a satisfação dos aplicadores no seu investimento comum. Por estas duas brigas simultâneas, é do senso comum que o atual treinador tem seus dias contados, tanto diante de uma possível eliminação e mesmo saindo campeão do mundo.

A estrutura de poder do futebol brasileiro passa por quatro patas basilares e não tolera muita divergência. São elas: a geração e venda de imagens (via TV, e recentemente via TV paga, como nos canais Premiere Futebol Clube, pertencente da Globo via cabo e satélite); a negociação de direitos econômicos de jogadores (onde operam investidores e milionários mais reconhecidos, tendo ou não uma empresa laranja à frente, a exemplo da MSI); a negociação de direitos de imagens e publicidade (onde lidera a co-proprietária do futebol nacional, a empresa Traffic de J. Hawilla, patrão de Kleber Leite por exemplo) e; a comandância mais tradicional pela via da cartolagem, como é o caso de Ricardo Teixeira. Nenhuma dessas quatro partes sustenta ou tolera um comportamento independente e autonômico, mesmo que expresse um pensamento conservador e patrioteiro, ainda que tenha a sua imagem vinculada a uma série de patrocinadores de grosso calibre. Uma commodity não pode gerar incerteza no investidor. Dunga gera, e por isso, com o perdão do trocadilho, que ele – ganhando ou perdendo - já era.

Comentário final

Dunga e Jorginho passaram do limite de boa convivência com a mídia corporativa e isto acarreta uma sentença punitiva. Não nos espantemos se estiverem preparando matérias de fôlego, cujas pautas de gaveta já devem inclusive estar prontas, e apontando no lide a fritura do atual técnico da seleção.

Ao mesmo tempo, reafirmo que simpatizar com a atitude de Dunga diante da mídia corporativa não implica uma adesão nem ao seu estilo de jogo (que considero medíocre e medroso) e menos ainda uma defesa de sua permanência no cargo. Isso sim seria misturar futebol com política, elogiando um comportamento rebelde e a partir daí reconhecendo uma suposta expertise como treinador – característica que não reconheço de jeito algum. Podemos e devemos elogiar a conduta diante de um dos poderes de fato do país e não respaldar o desempenho no ofício que exerce. Tal é o caso.

Vejo que o episódio abriu precedente e pode e deve ser repetido sempre que alguém sentir-se acuado diante da indústria da mídia. E, por se tratar de futebol, a incidência e seu efeito didático são imensos. Cabe aos batalhadores da democracia na mídia como dos intérpretes e analistas do oligopólio trabalhar o fato para além do episódico e pontual. Se redescobertas e postas à público, as estruturas do futebol brasileiro são insustentáveis sob nenhum ângulo. Eis um bom momento.

Este artigo foi originalmente publicado no portal do Instituto Humanitas Unisinos (IHU) 

Matéria retirada do Portal www.estratégiaeanálise.com.br

PÉROLAS GARIMPADAS PELO JORNALISTA SÉRGIO DOMINGUES DO PORTAL MÍDIA VIGIADA

Ninguém que governe um país, um Estado ou um município pode ser complacente com a ilegalidade. Invasão de terras, de centro de pesquisa, de prédios públicos é ilegalidade. E ilegalidade não é permitida. Quero deixar isso muito claro
Dilma Rousseff, candidata à presidência da República - Zero Hora – 23/06/2010

Eu sou uma grande solução para o agronegócio brasileiro. Não me conformo que o governo passou mais tempo gastando com propaganda do etanol em vez de fazer a certificação (ambiental) do produto
Marina Silva, candidata à presidência da República – PV – O Globo – 23/06/2010

A ideia desse projeto é que a gente possa debater uma coisa que está latente na sociedade. Que os normais possam ser respeitados.
Eduardo Cunha, deputado federal (PMDB-RJ), autor de projeto de lei que prevê pena de até três anos de prisão para quem discriminar os heterossexuais – http://www.r7.com – 23/06/2010

Aldo Rebelo me lembra Sobral Pinto, defendendo com desassombro os direitos humanos do revolucionário Luiz Carlos Prestes, não por ser comunista, mas pela sua fé e por suas convicções democráticas.
Kátia Abreu, senadora (DEM/TO) e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) – Folha de S. Paulo – 24/06/2010

Muita coisa pode acontecer até a eleição. Mas, em 2002, o Serra era o candidato da continuidade e o povo queria mudança. Hoje, o Serra é o candidato da mudança e há um desejo de continuidade.
Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria – O Globo – 24/06/2010

“A burguesia está nadando de braçada. Ela encontrou o socialista que pediu a Deus, que é Lula, porque ele traz o povo tranquilo e segue a política econômica que interessa à burguesia". Por isso, "o homem do povo não admite, não pensa em alternativa, é incapaz de imaginar outras possibilidade de organizar a vida brasileira". O ex-petista, em síntese, quer "reinventar o socialismo".
Washington Novaes, citando Plínio de Arruda Sampaio
, pré-candidato à Presidência da Republica pelo PSOL – O Estado de S. Paulo – 25/06/2010

Segundo o Tribunal de Contas, entre 2003 e 2007 a Viúva [cofres públicos] deixou de coletar pelo menos R$ 2,6 bilhões das operadoras de planos de saúde cujos clientes são atendidos na rede pública. A conta pode ter chegado a R$ 5 bilhões.
Elio Gaspari – Folha de S. Paulo – 27/06/2010

Marx é o enviado de Deus, para demonstrar ao mundo que Deus está com os oprimidos, com os pobres e contra a opressão.
José Maria Díez-Alegría, teólogo jesuita - Religión Digital – 25/06/2010

O que está acontecendo, para que parte do trabalho teológico mais importante de hoje esteja sendo feito por ateístas de esquerda? Parte da resposta, na minha opinião, é que, quando a esquerda passa por tempos difíceis, ela não pode ser dar ao luxo de olhar os dentes do cavalo, como se diz. E se ela descobre que algumas ideias teológicas podem ser úteis, então, por que não?
Terry Eagleton, marxista inglês – O Globo – 26/06/2010

JUIZ DA COMARCA DE SÃO FELIX DO XINGU, NO PARÁ, MANDA PRENDER UM CAIXÃO NO PROTESTO DE ADVOGADOS QUE REIVINDICAVA MELHORIAS NA JUSTIÇA LOCAL - NOTÍCIA RETIRADA DO PORTAL DA OAB DO PARÁ DE 22/06/10

Presidente da Ordem quer resolver os problemas da justiça na comarca de São Félix do Xingú PDF Imprimir E-mail
Ter, 22 de Junho de 2010 12:20
Seria cômico se não fosse trágico. Foi assim que o Juiz auxiliar da Comarca de São Feliz do Xingu, Edivaldo Saldanha, escolheu resolver os problemas de justiça naquele município: ele mandou prender o caixão, que representou a justiça, durante manifestação dos advogados em frente o fórum daquela comarca, ocorrida na semana passada.
A fim de atender à demanda dos advogados querem o caixão de volta, pois custou caro, o presidente da subseção da OAB-PA em Xinguara, Rivelino Zarpellon, foi à delegacia pedir a liberação da "justiça", mas o delegado está se negando a soltá-la e ainda instaurou inquérito.
O presidente da OAB do Pará, Jarbas Vasconcelos, reúne ainda hoje (22) pela manhã com a Corregedora das Comarcas do Interior do Tribunal de Justiça do Estado, desembargadora Maria Rita Lima Xavier para mostrar a forma mais coerente, sensata e inteligente de resolver os problemas da justiça do Estado do Pará.
Veja abaixo o auto de apresentação e apreensão da "justiça".
IMPRENSA1

Em busca do fim da Lei da Mordaça também aqui no RJ, já é realidade no Estado de São Paulo- ( vídeo retirado do Youtube)



Assembleia Legislativa aprova o fim da Lei da Mordaça Ação promovida por Giannazi no STF foi fundamental para pressionar a aprovação da lei em um dos artigos do Estatuto do Servidor Público do Estado de São Paulo

Matéria retirada do pílulas-diárias.blogspot.com de 25/06/2010

Pela Seleção, contra o patriotismo

Dizem que o patriotismo é o último refúgio dos canalhas. Nem todo patriota é canalha. Mas, os canalhas adoram o patriotismo.

A pátria dos milhões de trabalhadores brasileiros é a mesma de seus patrões? A quem interessa dizer que formamos uma só comunidade nacional? Os trabalhadores brasileiros têm mais em comum com seus companheiros na Argentina, Estados Unidos ou Japão do que com aqueles que arrancam seu couro falando português.

No Brasil, o último refúgio do patriotismo é a seleção brasileira. Seu uso político mais escandaloso aconteceu durante a Copa de 70. O povo comemorava e a ditadura torturava e matava. Tudo ao som de “Pra frente Brasil”. Portanto, desconfiar do uso político do futebol é normal. Em época de copa, é uma obrigação.

Atualmente, o uso dessa paixão nacional envolve mais dinheiro que política. Muita gente lucra com a camisa canarinho. E os jogadores não são os maiores beneficiados.

Nada disso autoriza a torcida permanente contra a seleção brasileira. Nem condena o futebol a ser só mais um “ópio do povo”. Na África, por exemplo, houve casos em que o futebol ajudou na mobilização do povo para se libertar dos colonizadores.

No Egito, um time chamado Al Ahly simbolizou a luta contra os ingleses. Na Argélia, Ferhat Abbas foi um dos líderes da independência do país. Referindo-se aos franceses, declarou: “Eles nos governam com pistolas e fuzis. No gramado, quando são apenas 11 contra 11, nós podemos mostrar quem é realmente superior”.

Torça sem moderação e sem patriotismo.

Matéria abaixo retirada do Portal Consultor Jurídico de 25/06/2010 "www.conjur.com.br"

Fora do gabinete

Justiça paulista tem 13 juízes em disponibilidade

O Tribunal de Justiça de São Paulo, por maioria de votos, colocou em disponibilidade o juiz Alípio Roberto Figueiredo Cara, da comarca de Duartina (interior do estado). A decisão foi tomada pelo Órgão Especial, colegiado formado por 25 desembargadores com atribuição política, jurisdicional e administrativa. O juiz responde a processo administrativo disciplinar, ofereceu defesa prévia e recebeu uma pena considerada grave.
Com a decisão, sobe para 13 o número de juízes em disponibilidade na Justiça paulista. O juiz é suspeito de favorecimento a funcionária pública, por não cumprir determinações legais, negligência no exercício da função correcional, paralisação injustificada de processos e uso de servidor e bens públicos em benefício de empresa familiar. No caso dessa última conduta a prova foi apontada como contraditória.
O relator, desembargador José Reynaldo, apresentou seu voto propondo a pena de remoção compulsória do juiz da comarca onde exerce a atividade judicial. O desembargador Ivan Sartori seguiu o relator. Ao final do julgamento, o processo administrativo foi julgado procedente por maioria absoluta (14 votos a sete). Ficaram vencidos os desembargadores José Reynaldo, Paulo Travain, Maurício Vidigal, Boris Kauffmann, Márcio Marcondes, Devienne Ferraz e Cauduro Padin.
Entre as sanções administrativas previstas na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) estão: advertência, censura, remoção compulsória, disponibilidade e aposentadoria. O artigo 28 da Loman diz que “o magistrado vitalício poderá ser compulsoriamente aposentado ou posto em disponibilidade, nos termos da Constituição e da presente lei”.
As penas de advertência e de censura são reservadas para as infrações mais leves. A primeira se destina aos casos de negligência no cumprimento dos deveres do cargo. A segunda serve para reiterada negligência no cumprimento dos deveres do cargo.
A remoção compulsória é uma pena intermediária entre a censura e a disponibilidade. Ela tem como objetivo retirar o magistrado do local onde exerce suas funções. É aplicada nos casos em que o juiz se envolve em situação que o impede de exercer, com autoridade, suas funções.
O processo administrativo disciplinar é de competência da Corregedoria-Geral da Justiça. O juiz em disponibilidade fica proibido de exercer as funções, mas pode ser convocado a atuar a critério da administração do tribunal. Enquanto isso não ocorre, ele recebe seus vencimentos de forma proporcional ao tempo de serviço.
A aposentadoria é aplicada na mesma situação da disponibilidade, com a diferença de que o juiz já tem tempo para se aposentar. Como não o faz voluntariamente, o tribunal pode fazê-lo como sanção administrativa. No caso, seus vencimentos serão integrais, como os dos demais magistrados.
As duas sanções exigem maioria absoluta dos membros do tribunal ou do Órgão Especial. Uma vez imposta, não cabe qualquer recurso na esfera administrativa, nem mesmo pedido de reconsideração. A única saída para o acusado é recorrer ao Judiciário.
Não é permitido, no âmbito administrativo, impor a pena de demissão porque apenas sentença judicial transitada em julgado pode fazer isso. Em outras palavras, a demissão é resultado de condenação criminal, cuja pena seja maior que quatro anos ou que tenha motivação expressa ou por força de uma ação civil.
PAD 14.990/2007

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Retirado do youtube - Um veterano da guerra do Iraque faz um discurso contra a guerra e é encontrado morto dois dias depois! Assistam o vídeo antes que o retirem do ar.

4:39 Discurso de um Veterano de Guerra

Os nossos verdadeiros inimigos não estão em um país distante. E não são pessoas cujos nomes não conhecemos e culturas que não entendemos. Os ...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

CENTRO CULTURAL OCTAVIO BRANDÃO
CINECLUBE CCOB APRESENTA
NESTE SÁBADO - 26/06 - 17 HORAS
"NÃO QUERO FALAR DA CHACINA"
16 anos depois da chacina, uma outra história de Vigário Geral
     Na madrugada do dia 29 de agosto de 1993, dezenas de homens armados e encapuzados entraram na Favela de Vigário Geral, no Rio de Janeiro, invadiram casas e assassinaram 21 trabalhadores. A repercussão da matança tornou Vigário Geral conhecida mundialmente como um lugar de violência e pobreza, mas nós não queremos falar da chacina.
     Dezesseis anos depois, um produtor de cinema criado no bairro resolve contar uma nova história de Vigário Geral e do sub-bairro Jardim América. O filme “Não quero falar da chacina”  pretende mostrar um outro lado do lugar, desconhecido até mesmo pelos próprios moradores.
     Personagens que compraram os primeiros terrenos loteados da região, que caminharam quilômetros para chegar ao comércio mais próximo e viram o surgimento das primeiras praças, escolas e linhas de ônibus contam histórias e revelam curiosidades. A principal intenção do diretor do filme é resgatar a memória e, através dela, a auto-estima dos moradores em relação ao lugar onde vivem:
     - Temos depoimentos variados, que revelam uma região que cresceu e empobreceu ao mesmo tempo, e discutem como isso se insere em uma lógica eleitoreira de áreas segregadas. Nada mais é do que um retrato 3x4 do que acontece no Rio de Janeiro e nas grandes capitais do Brasil, explica Antônio Ernesto.
     O filme deverá ser exibido nas escolas dos dois bairros, associações de moradores, centros comunitários, igrejas, etc. A idéia é  promover, a partir do documentário, um debate sobre a atual situação de Vigário Geral e do Jardim América.
     “Não quero falar da chacina” é mais um filme da Cinemix Produções, que traz entre seus trabalhos o documentário “Sacolão - Loucos Por Futebol”, sobre os tradicionais campeonatos de futebol de várzea do subúrbio carioca, e “Orquestra Tabajara” que revela a trajetória dessa tradicional Big Band brasileira. Ambos foram dirigidos por Antonio Ernesto e exibidos recentemente pelo Canal. Brasil.
Assessoria de Imprensa:
Alessandra Cruz - (21) 9119-4605 / alessandra.cruz@gmail.com
Direção:
Antônio Ernesto – 
Produção :
João Ricardo (JR)  -
Apoio :
Amavig – Associação de Moradores e Amigos de Vigário Geral.
Apac – Ação Política Artística Cultural. 
CCOB: Rua Miguel Ângelo, 120, esquina com Domingos Magalhães, próximo ao Metrô de Maria da Graça.
Ajude a divulgar as atividades do CCOB, repasse esta mensagem para sua lista de contatos.

  OBS.: O CCOB é um espaço independente construído com quotização popular e não tem vínculo com MOS, embora alguns de seus ativistas sejam associados do mesmo. 
 

Matéria retirada do pílulas-diárias.blogspot.com 24/06/10

 EUA: nasce um monstro imperialista

Em seu livro “Uma história do povo dos Estados Unidos”, o historiador Howard Zinn conta a história do nascimento da “nação ianque”. Na verdade, um monstro imperialista. A começar por sua declaração de independência. Segundo Zinn, o famoso documento não incluía os interesses dos indígenas, escravos negros e mulheres.

Não é para menos. Quase 70% dos que assinaram a declaração haviam sido funcionários da administração colonial. Colaboraram na obra de matança, exploração e dominação. Não teriam porque não continuar a fazer o mesmo depois de se livrarem dos
ingleses.

Entre os principais idealizadores da declaração estavam George Washington, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson. Os primeiros eram dois dos homens mais ricos da colônia. Jefferson foi um grande proprietário de escravos.

A declaração costuma ser elogiada por defender princípios de justiça, liberdade e igualdade. Mas, quase ninguém comenta um trecho do documento que faz referência aos indígenas como seres “selvagens e impiedosos, que adotavam como regra de guerra a destruição sem distinção de idade, sexo e condições”.

Com uma certidão de nascimento dessas, não é difícil entender como foi parido o monstro estadunidense. Segundo Zinn, o mais engenhoso sistema de dominação da história.

Leia também:
Zinn: um historiador do povo

terça-feira, 22 de junho de 2010

Matéria do blog pílulas diárias do jornalista e militante social Sérgio Domingues.

Dunga X Globo: joguinho feio

O técnico da seleção está mais pra Zangado que pra Dunga. E sem direito a Branca de Neve. O exemplo mais recente de suas grosserias foram alguns palavrões disparados contra jornalistas da Globo em uma entrevista coletiva.

É só mais um capítulo na recente guerra entre a grande imprensa e o técnico. Treinos secretos e pouco acesso aos jogadores causam revolta nas emissoras e jornalões. Reclamam de “cerceamento” a informação.

O fato é que Globo, Band, Folha, Estadão e outros monopólios estão defendendo seus lucros e os interesses de seus proprietários, controladores ou acionistas. Nada a ver com direito à informação.

Corre na internete o relato de outro episódio envolvendo a Globo. Dunga teria se recusado a conceder uma entrevista exclusiva a Fátima Bernardes, autorizada por Ricardo Teixeira. O técnico da seleção não foi consultado e bateu a porta da concentração na cara da jornalista.

Com isso, Dunga arranjou briga com a bruxa má da história. A Globo é daquelas que costuma dar maças envenenadas de presente.

Poderíamos bater palmas para Dunga, não fosse o fato de que só ocupa o posto de treinador da Seleção por obra e graça do presidente da CBF. Ou seja, ninguém é bonzinho nisso tudo.

É um jogo cheio de caneladas e chutes acima da cintura. Retrato de um esporte apaixonante, entregue às pornográficas relações entre mídia, empresas, cartolas e governantes. Tudo movido a muito dinheiro e poder.

Sérgio Domingues
http://pilulas-diarias.blogspot.com

domingo, 20 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO SEMPRE CONOSCO!



Morreu José Saramago- perfil do Nobel da ...

PASSEATA DO MUSPE - MOVIMENTO UNIFICADO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS/RJ ABRE NEGOCIAÇÃO COM O GOVERNO- Matéria retirada do Portal do Sind-Justiça - Notícias de 18/06/10.

Data de Publicação : 18/06/2010 

MAIS DE MIL MANIFESTANTES PARTICIPARAM DE MARCHA DE SERVIDORES


Cerca de mil servidores estaduais participaram da passeata do Largo do Machado até o Palácio Guanabara realizada ontem, dia 17 de junho. Diversas categorias estiveram representadas, incluindo a Justiça estadual.

A marcha foi convocada pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) em protesto contra o descumprimento, por parte do governador Sérgio Cabral, de várias promessas feitas ao funcionalismo ainda na eleição de 2006, como a reposição das perdas salariais.

A marcha transcorreu de forma tranquila até o portão do Palácio, quando uma delegação do Muspe se reuniu com o vice-governador, Luis Fernando Pezão. Ele informou que a aprovação pelo Senado da lei que retira os royalties do petróleo de nosso estado "prejudicou muito o Rio" e que, por isso, o governador não poderia falar em aumento enquanto essa situação não se resolver. Brincadeira, hein?

Os representantes dos servidores reclamaram que desde o início do governo Cabral, mesmo com o governo tendo conseguido seguidos superávits financeiros, os reajustes foram muito baixos ou, em alguns casos, até mesmo inexistentes. Pezão se comprometeu a realizar uma reunião com o Muspe na semana que vem, provavelmente na quarta-feira (23/6), para continuar a discussão.

sábado, 19 de junho de 2010

Novo Calendário de pagamento antecipado para o Servidor e Pensionista do Estado/RJ - matéria retirada do Portal " O Dia On Line "

Definido o novo calendário de pagamentos. Aposentados receberão no primeiro dia útil e os ativos, no segundo

POR ALESSANDRA HORTO
Rio - Os 367 mil funcionários públicos ativos e aposentados do Estado do Rio terão novas datas para receber os salários a partir de agosto (vencimentos referentes a julho). Os depósitos serão feitos, para aposentados, no primeiro dia útil do mês subsequente ao trabalhado, e para os ativos, no segundo dia, independentemente da faixa salarial. Já os 90 mil pensionistas continuarão a receber os benefícios nos últimos dias do mês de referência.

Simulador de aposentadoria do servidor público em geral - fonte CGU.gov

Último adeus à Saramago na Câmara Municipal de Lisboa - matéria retirada do Portal IG notícias.

Foto: © AP
" ...Caixão de José Saramago chega à Câmara Municipal de Lisboa
O Governo do primeiro-ministro socialista José Sócrates declarou hoje e amanhã luto oficial nacional pela morte de Saramago, considerado uma das grandes referências culturais de Portugal e o autor contemporâneo que mais contribuiu para projetar mundialmente as letras lusas. Personalidades e instituições de todos os âmbitos da vida pública lusa continuaram hoje lamentando sua morte, entre estes os partidos da esquerda marxista e até mesmo a Igreja Católica, que apesar das polêmicas obras do Nobel expressou seu pesar pelo falecimento. Precisamente foi a reação católica diante de suas obras, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, e sua retirada, em 1992, da candidatura a um prêmio europeu por parte do Governo luso que levou Saramago a mudar-se para Lanzarote, embora tenha voltado frequentemente ao país e recebeu nele inúmeras homenagens..."

ADEUS SARAMAGO !

HOMENAGEM À JOSÉ DE SOUZA SARAMAGO, ESCRITOR E GRANDE ATIVISTA SOCIAL ( GARIMPADO NO YOUTUBE)


05) José Saramago no Jornal da Globo - Parte 2 

"A FLOR MAIS GRANDE DO MUNDO! "HOMENAGEM À JOSÉ DE SOUZA SARAMAGO ( GARIMPADO NO YOUTUBE)




































José Saramago

BIOGRAFIA DE JOSÉ DE SOUZA SARAMAGO - ESCRITOR E GRANDE ATIVISTA SOCIAL - Matéria abaixo retirada: Wikipédia, a enciclopédia livre.



José Saramago Medalha Nobel
José Saramago
Nascimento 16 de Novembro de 1922
Azinhaga, Golegã, Portugal
Morte 18 de Junho de 2010 (87 anos)
Lanzarote, Canárias, Espanha
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação Romancista, contista, dramaturgo, poeta
Principais trabalhos Memorial do Convento; O Evangelho segundo Jesus Cristo; Ensaio sobre a Cegueira
Prêmios Medalha do prêmio Nobel Nobel de Literatura (1998)
Prémio Camões (1995)
Página oficial: http://www.josesaramago.org
José de Sousa Saramago (Azinhaga, Golegã, 16 de Novembro de 1922Lanzarote, 18 de Junho de 2010) foi um escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.[1]
O seu livro Ensaio Sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Jardineiro Fiel e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu na província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.

Índice

[esconder]

Biografia

Saramago nasceu em Azinhaga, no Ribatejo, de uma família de pais e avós pobres. A vida simples, passada em grande parte em Lisboa, para onde a família se muda em 1924 – era um menino de apenas dois anos de idade – impede-o de entrar na universidade, apesar do gosto que demonstra desde cedo pelos estudos. Para garantir o seu sustento, formou-se numa escola técnica. O seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico. Entretanto, fascinado pelos livros, à noite visitava com grande frequência a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias na capital portuguesa.

José Saramago no Festival Internacional de Filmes de San Sebastián segurando a tradução em língua persa do seu livro Ensaio sobre a cegueira.
Autodidacta, aos 25 anos publica o primeiro romance Terra do Pecado (1947), mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem se casou em 1944 e permaneceu até 1970 - nessa época, Saramago era funcionário público; em 1988, casar-se-ia com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986, ao lado da qual continuou a viver até sua morte. Em 1955, começou a fazer traduções para aumentar os rendimentos – Hegel, Tolstói e Baudelaire, entre outros autores aos quais se dedicou.
Depois de Terra do Pecado, Saramago apresentou ao seu editor o livro Clarabóia, que depois de rejeitado, permanece inédito até a data de hoje, sendo que depois disso, o mesmo persiste nos esforços literários e dezenove anos depois – então funcionário da Editorial Estudos Cor - troca a prosa pela poesia lançando Os Poemas Possíveis. Num espaço de cinco anos, depois, publica sem alarde mais dois livros de poesia, Provavelmente Alegria (1970) e O Ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando a Estudos Cor para trabalhar no Diário de Notícias, depois no Diário de Lisboa. Em 1975, retorna ao Diário de Notícias como director-adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de Novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista: "(…) Estava à espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem. É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: "Não vou procurar trabalho", disse Saramago em entrevista à revista Playboy, em 1988.[2]
Da experiência vivida nos jornais, restaram quatro crónicas: Deste Mundo e do Outro, 1971, A Bagagem do Viajante, 1973, As Opiniões que o DL Teve, 1974 e Os Apontamentos, 1976. Mas não são as crónicas, nem os contos, nem o teatro os responsáveis por fazer de Saramago um dos autores portugueses de maior destaque - missão reservada a seus romances, género a que retorna em 1977.
Três décadas depois de publicado Terra do Pecado, Saramago retornou ao mundo da prosa ficcional com Manual de Pintura e Caligrafia. Mas, ainda não foi aí que o autor definiu o seu estilo. As marcas características do estilo saramaguiano só apareceriam com Levantado do Chão (1980), livro no qual o autor retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo.
Dois anos depois de Levantado do Chão (1982) surge o trabalho Memorial do Convento, livro que conquista definitivamente a atenção de leitores e críticos. Nele, Saramago misturou factos reais com personagens inventados: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa Blimunda e o operário Baltazar, por exemplo.
De 1980 a 1991, o autor trouxe a lume mais quatro romances que remetem a fatos da realidade material, problematizando a interpretação da "história" oficial: O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) - sobre as andanças do heterónimo de Fernando Pessoa por Lisboa; A Jangada de Pedra (1986) - quando a Península Ibérica solta-se do resto da Europa e navega pelo Atlântico; História do Cerco de Lisboa (1989) - onde um revisor é tentado a introduzir um "não" no texto histórico que corrige, mudando-lhe o sentido; e O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) - onde Saramago reescreve o livro sagrado sob a óptica de um Cristo humanizado (sendo esta a sua obra mais controvertida).
Nos anos seguintes, entre 1995 e 2005, Saramago publicou mais seis romances, dando início a uma nova fase em que os enredos não se desenrolam mais em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam: Ensaio Sobre a Cegueira (1995); Todos os Nomes (1997); A Caverna (2001); O Homem Duplicado (2002); Ensaio Sobre a Lucidez (2004); e As Intermitências da Morte (2005). Nessa fase, Saramago penetrou de maneira mais investigadora os caminhos da sociedade contemporânea.
O mesmo faleceu no dia 18 de Junho de 2010[3], aos 87 anos de idade, na sua casa em Lanzarote onde residia com a mulher Pilar del Rio, vítima de leucemia crónica[4]. O escritor estava doente há algum tempo e o seu estado de saúde agravou-se na sua última semana de vida.

Obra

Dificílimo acto é o de escrever, responsabilidade das maiores.(…) Basta pensar no extenuante trabalho que será dispor por ordem temporal os acontecimentos, primeiro este, depois aquele, ou, se tal mais convém às necessidades do efeito, o sucesso de hoje posto antes do episódio de ontem, e outras não menos arriscadas acrobacias(…)

Saramago, A Jangada de Pedra, 1986

Saramago foi conhecido por utilizar frases e períodos compridos, usando a pontuação de uma maneira não convencional. Os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, de forma que não existem travessões nos seus livros: este tipo de marcação das falas propicia uma forte sensação de fluxo de consciência, a ponto do leitor chegar a confundir-se se um certo diálogo foi real ou apenas um pensamento. Muitas das suas frases (i.e. orações) ocupam mais de uma página, usando vírgulas onde a maioria dos escritores usaria pontos finais. Da mesma forma, muitos dos seus parágrafos ocupariam capítulos inteiros de outros autores. Apesar disso o seu estilo não torna a leitura mais difícil, se os seus leitores se habituarem facilmente ao seu ritmo próprio.
Estas características tornam o estilo de Saramago único na literatura contemporânea, sendo considerado por muitos críticos um mestre no tratamento da língua portuguesa. Em 2003, o crítico norte-americano Harold Bloom, no seu livro Genius: A Mosaic of One Hundred Exemplary Creative Minds ("Génio: Um Mosaico de Cem Exemplares Mentes Criativas"), considerou José Saramago "o mais talentoso romancista vivo nos dias de hoje" (tradução livre de the most gifted novelist alive in the world today), referindo-se a ele como "o Mestre". Declarou ainda que Saramago é "um dos últimos titãs de um género literário que se está a desvanecer".

Obras publicadas


Romances

Peças teatrais

Contos

Poemas

Crónicas

Diário e Memórias

Viagens

Infantil

Premiações

De entre as premiações destacam-se o Prémio Camões (1995) - distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa; o Nobel de Literatura (1998) - o primeiro concedido a um escritor de língua portuguesa.

Polémicas

"Marx nunca teve tanta razão como hoje."[5]

José Saramago, Público, 15/06/2008

A carreira de Saramago foi acompanhada de diversas polémicas. As suas opiniões pessoais sobre religião ou sobre a luta internacional contra o terrorismo são discutidas e algumas resultam mesmo em acusações de diversos quadrantes.

Críticas a Israel e acusações de anti-semitismo

Um caso que tem tido alguma repercussão relacionou-se com a posição crítica do autor em relação à posição de Israel no conflito contra os palestinianos. Por exemplo, a 13 de Outubro de 2003, numa visita a São Paulo, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que os Judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto… Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós. A Anti-Defamation League (ADL) (Liga Anti-Difamação), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas. Segundo as palavras de Abraham Foxman, director da ADL, "os comentários de José Saramago são incendiários, profundamente ofensivos e mostram uma ignorância destes assuntos, o que sugere um preconceito contra os Judeus".
Em defesa de Saramago, diversos autores afirmam que ele não se insurgiu contra os judeus, mas contra a política de Israel, como, por exemplo, num artigo publicado a 3 de Maio de 2002 no jornal Público, onde, comparando o actual conflito com a cena bíblica de David e Golias, o autor diz que David, representando Israel, "se tornou num novo Golias" e que aquele "lírico David que cantava loas a Betsabé, encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon, lança a "poética" mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar".

Integração de Portugal numa Federação Ibérica

Em entrevista ao jornal Diário de Notícias em 15 de Julho de 2007, Saramago afirmou que a integração entre Espanha e Portugal é uma forte probabilidade e que os portugueses só teriam a ganhar se Portugal fosse integrado na Espanha, país no qual se auto-exilou (na ilha de Lanzarote) e que viu como seu a atribuição do Nobel da Literatura. [1].
A ida para Lanzarote conta mais sobre o escritor do que deixa transparecer a justificativa corrente (a medida censória portuguesa). Com o gesto de afastamento rumo à ilha mais oriental das Canárias, Saramago não apenas protesta ante o cerceamento, como finca raízes num local de geografia inóspita (trata-se de uma ilha vulcânica, com pouca vegetação e nenhuma fonte de água potável). A decisão tem um carácter revelador, tanto mais se se levar em conta que, neste caso, "mais oriental" significa dizer mais próximo de Portugal e do continente europeu.
Mesmo em dias de hegemonia do pensamento pró-mercado, Saramago guarda um olhar abrigado numa ilha europeia mais próxima da África que do velho centro da civilização capitalista. Sempre atento às injustiças da era moderna, vigilante das mais diversas causas sociais, Saramago não se cansava de investir, usando a arma que lhe coube usar, a palavra. "Aqui na Terra a fome continua, / A miséria, o luto, e outra vez a fome.", diz o eu lírico do poema saramaguiano "Fala do Velho do Restelo ao Astronauta" (do livro Os Poemas Possíveis, editado em 1966).

Cronologia da atribuição de um prémio Nobel

  • Setembro de 1997 - A agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de Estocolmo, contratada pelo ICEP - (órgão estatal português para a promoção do comércio e turismo nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo:
  • Um seminário na Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca
  • Discurso na Universidade de Estocolmo
  • Várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas
  • Nesses mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial dedicado a Saramago
  • Outubro de 1997 - A Feira Internacional do Livro de Frankfurt tem neste ano Portugal como país em destaque
  • 10 de Dezembro de 1998 - Saramago recebe o Prémio Nobel em Estocolmo
Segundo o "Diário de Notícias", o director da empresa sueca Jerry Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prémio Nobel da literatura e uma parte da nossa missão consistia em mudar essa situação".
Comentando esta atribuição, Sture Allén, então secretário da Academia Sueca, negou que a decisão tenha sido afectada por "campanhas publicitárias, comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de pressão".
Contradizendo Allén, Knut Ahnlund e Lars Gyllensten, membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias".
Segundo o Dagens Nyheter haveria provas de que uma campanha semelhante foi organizada pela Alemanha.
Knut Ahnlund, membro da academia sueca, foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele foi o culminar de uma campanha profissional de relações públicas.

Críticas a Joseph Ratzinger (Papa Bento XVI)

Na sua passagem por Roma em 14 de Outubro de 2009, Saramago chamou Joseph Alois Ratzinger, actualmente conhecido como Papa Bento XVI, de "cínico", dizendo que a "insolência reaccionária" da Igreja Católica precisa ser combatida com a "insolência da inteligência viva".[6]
De entre as suas principais declarações, estavam a de "[q]ue Ratzinger tenha a coragem de invocar Deus para reforçar o seu neomedievalismo universal, um Deus que ele jamais viu, com o qual nunca se sentou para tomar um café, mostra apenas o absoluto cinismo intelectual" dele. Disse também que "[a]s insolências reaccionárias da Igreja Católica precisam de ser combatidas com a insolência da inteligência viva, do bom senso, da palavra responsável. Não podemos permitir que a verdade seja ofendida todos os dias por supostos representantes de Deus na Terra, os quais, na verdade, só têm interesse no poder".[7]
Afirmando ainda que a Igreja não se importa com o destino das almas e que sempre procurou apenas controlar os seus corpos, e que o pouco compromisso dos escritores e intelectuais poderia ser uma das causas da crise da democracia, o escritor alertou que o fascismo está a crescer na Europa e mostrou-se convencido de que, nos próximos anos "atacará com força". Por isso, ressaltou, "temos que nos preparar para enfrentar o ódio e a sede de vingança que os fascistas estão a alimentar".[7]

Oposição da Igreja Católica

Por frequentemente fazer uso dos seus direitos fundamentais de liberdade religiosa e de liberdade de expressão, Saramago encontrou sempre fortes críticas e oposição na Igreja Católica, que não aceita o exercício dessa liberdade democrática de Saramago (daí o facto de ele se referir a esta como "fascista" com frequência). Os protestantes (ou evangélicos) já declararam publicamente apoiar a liberdade de expressão do autor.[8] E essa relação de tensão com a Igreja Católica é agravada devido à origem portuguesa de Saramago, local onde o catolicismo ainda é muito forte e discuti-lo ainda é um tabu.[9]
Devido a sua origem portuguesa e toda a influência cultural exercida pelo catolicismo em tal contexto, Saramago sente a necessidade de abordar a Bíblia no seu trabalho de escritor – esse texto faz parte do seu património cultural, ao contrário do Alcorão, que Saramago entende não ser a sua tarefa abordá-lo.[10]
A interpretação que Saramago faz da Bíblia é a de que ela é um "manual de maus costumes", cheio de "um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana", e que para uma pessoa comum a decifrar, precisaria de ter "um teólogo ao lado". E cita para sustentar isso os episódios de violência relatados na Bíblia, como sacrifício de Isaac, a destruição de Sodoma ou a vida de Job, por exemplo. Para Saramago, todos eles revelam que "Deus não é de fiar". E Saramago diz, sobre a necessidade ou não da exegese, que tem que "interpretar a letra" do texto – um processo que, na interpretação bíblica, é chamado de literalista.[10] E isso de modo algum impede que outra pessoa tenha a sua interpretação, ou que ele tente impor a sua interpretação como verdade como absoluta. Muito pelo contrário, ele até mesmo estimula a leitura bíblica: "Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!", diz Saramago. Na verdade, ele apenas quer ter o direito de expressar a sua opinião.
Porém, Saramago não deixa de reconhecer que a "Bíblia tem coisas admiráveis do ponto de vista literário" e "muita coisa que vale a pena ler", estando, dentre elas, os Salmos, com páginas "belíssimas", o Cântico dos Cânticos, e a parábola do semeador contada por Jesus.[10]
A relação de tensão de Saramago com a Igreja Católica cresceu fortemente após a publicação do livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" em 1991, que foi adaptado para o teatro em 2001. O livro foi motivo de fortes críticas por parte de católicos que se consideraram ofendidos pela leitura secular que Saramago faz da personagem Jesus.[11][12]
É até por isso que, quando uma jornalista lhe perguntou porque sentia essa necessidade de esmiuçar a Bíblia, Saramago disse: "Não se ponha na posição da Igreja, de que não se toca na Bíblia."[10]
A Igreja Católica não gostou da atribuição do Prémio Nobel a Saramago e publicou no diário do Vaticano, L'Osservatore Romano: “Saramago é, ideologicamente, um comunista inveterado”.[13]
O lançamento do livro Caim (2009) voltou a suscitar "incompreensões, resistência, ódios velhos", conforme Saramago. "Desperto muitos anticorpos em certas pessoas", acrescenta, acusando várias vezes responsáveis da Igreja Católica (mas não protestantes ou judeus) de terem comentado o livro que ainda não leram – de facto, as pessoas foram instadas a comentar as declarações sobre a Bíblia, feitas por Saramago.[10]
E, realmente, após o lançamento de Caim, várias vozes católicas se insurgiram contra Saramago. Ele foi acusado (como se ele fosse um "herege", e não um escritor) pelo padre José Tolentino Mendonça, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, de fazer uma leitura ingénua, ideológica e manipuladora da Bíblia. O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, afirmou que José Saramago "revela uma ingenuidade confrangedora quando faz incursões bíblicas" e, como "exigência intelectual, deveria informar-se antes de escrever". Já o director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Lisboa, Peter Stilwell, considera que "seria espantoso" que José Saramago encontrasse algo divino na Bíblia e sublinhou que o escritor escolheu o fratricida Caim e não Abel, a vítima. Tal director que condena Saramago por ter escrito sobre Caim, deve também desaprovar tanto Byron quanto o também Nobel John Steinbeck (que trata a personagem de Caim em A Leste do Paraíso - East of Eden) por terem escrito sobre tal personagem.
O teólogo Anselmo Borges inicialmente afirmou que Saramago fez uma leitura "completamente unilateral" da Bíblia, que tem, como qualquer livro, de ser lida como um todo.[14] Mais tarde, tal teólogo declarou ter opinião formada sobre Caim: "Gostei do livro e até digo que é importante." Dá três razões para justificar a sua opinião: a "Bíblia é um livro aberto; há liberdade de interpretação e obriga os crentes a reflectir".[9] Para o biblista Fernando Ventura, José Saramago tinha a exigência intelectual de se informar antes de escrever. O religioso capuchinho referiu que "a Bíblia pode ser lida por alguém que não tem fé, mas supõe alguma honestidade intelectual de quem o lê", e acusou Saramago de "uma falta gigantesca" dessa honestidade.
Sobre tais opiniões, Saramago, com sarcasmo, disse: "Dizem que li a Bíblia com ingenuidade porque é necessário fazer uma interpretação simbólica, ou seja, aquilo que ali está escrito não tem sentido por si. E levou mil anos a ser escrito!"[15] Ainda sobre a alegação de "ingenuidade", respondeu: "Abençoada ingenuidade que me permitiu ler o que lá está e não qualquer operação de prestidigitação, dessas em que a exegese é pródiga, forçando as palavras a dizerem apenas o que interessa à Igreja. Leio e falo sobre o que leio".[16]
Essas críticas confirmam também a opinião de Saramago de que muitos que comentaram o livro ainda não o leram – isso está explícito no próprio teor das críticas.
É também por esses comentários que Saramago diz que os católicos "não leem a Bíblia".[17]
Devido aos acontecimentos, em uma conversa com o teólogo católico José Tolentino de Mendonça no final de outubro de 2009, Saramago declarou: "A mim, o que me vale, meu caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos".[18]
Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI, que em abril de 2009 já havia afirmado que "os estudiosos católicos não podem interpretar a Bíblia de uma maneira independente, nem de um ponto de vista científico ou individual",[19] após o episódio ocorrido no lançamento de Caim voltou a afirmar publicamente que apenas a Igreja Católica pode interpretar a Bíblia.[20]

Perseguição religiosa de católicos a Saramago

Após ter enfrentado forte perseguição religiosa com o lançamento do livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" em 1991, o que culminou com a sua mudança de Portugal para a Espanha pouco depois,[21] o lançamento de Caim em 2009, mesmo em pleno século XXI, voltou a render-lhe mais perseguição religiosa.
Saramago sofreu perseguição tanto por parte de membros da Igreja Católica, quanto de católicos. O eurodeputado Mario David, por exemplo, falando em nome pessoal e assumindo-se católico não-praticante, disse ter vergonha de ser compatriota do escritor, e escreveu no seu blog da Internet, tendo-o repetido depois aos meios de comunicação, que Saramago devia renunciar à nacionalidade portuguesa[22] (apesar de tais declarações, o escritor esclareceu que jamais pensou em abandonar a cidadania portuguesa[23]).
A eurodeputada Edite Estrela declarou que tais palavras de Mario David são inquisitórias.[24]
Sousa Lara, o Sub-Secretário de Estado adjunto da Cultura de Portugal em 1991, que então vetou o livro de Saramago O Evangelho segundo Jesus Cristo de uma lista de romances portugueses candidatos a um prémio literário europeu, um dos motivos que ocasionaram a mudança de Saramago de Portugal na época, por considerar tal ato censório, em outubro de 2009 comparou Saramago com Berlusconi (político direitista italiano conhecido por sua fé católica[25][26][27][28][29] – ele já até mesmo vetou publicação de livro de Saramago na Itália chamando a obra de "anticatólica", o que rendeu uma resposta de Saramago que disse que "O Estado de Berlusconi é católico e reaccionario"[30]–, um quase que oposto de Saramago), sugerindo que ele deveria receber uma punição (não apenas divina) pelo que foi escrito em Caim, declarando o que segue:
"Este senhor atingiu, não se percebe muito bem porquê, um patamar de impunidade que a humanidade concede, tipo Berlusconi. Há umas pessoas que podem dizer tudo, que podem fazer as coisas mais absurdas e as pessoas habituam-se a isso e não levam a mal. Só tenho pena que não enxovalhe, da mesma forma que enxovalhe o património católico, por exemplo os muçulmanos, porque esses não perdoam e vergam-lhes pela pele. Aí é mais difícil insistir muito numa gracinha reiterada contra a religião muçulmana. Calculo que depois não lhe corra bem o futuro depois".[31]
O poeta Manuel Alegre, sobre tais acontecimentos, declarou: "Isto é uma história portuguesa cheia de preconceitos e fantasmas. Em primeiro lugar é preciso ler o livro de José Saramago. Ele é um grande escritor, mas parece que não se perdoa a Saramago, ser um grande escritor da língua portuguesa, ser um Prémio Nobel e não ser um homem religioso". "Ele escreveu um livro, mas não vejo ninguém discutir o livro. Só vejo discutir as opiniões que com todo o direito ele expressou sobre a Bíblia". Conforme questiona Alegre, "[a]s pessoas podem não estar de acordo com aquilo que ele diz, mas como é que se pode pôr em causa a seriedade de um homem que diz aquilo que pensa". Ele considera tais acontecimentos como "um preconceito" e "resquícios de dogmatismo". "Não lhe podem negar o direito de escrever um livro e também não se pode crucificar o Saramago por exprimir as suas opiniões e menos ainda por ser um grande escritor, e menos ainda por ser um Prémio Nobel". Finalizando, disse que "ao Saramago não se perdoa ser um português que se atreveu a ganhar o Prémio Nobel da Literatura e que diz que não acredita em Deus".[32]
Devido a tais acontecimentos, Saramago chegou até mesmo a propor dois novos direitos à Declaração Universal dos Direitos Humanos: o direito à dissidência e à heresia[23] (que, na verdade, já estão contidos no artigo XVIII de tal carta que expressa que "[t]oda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião", e no artigo XIX, também da DUDH, que expressa que "[t]oda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão", bem como dentro do direito de liberdade religiosa quando expresso na Constituição de um Estado Laico, como é o caso de Portugal e do Brasil, embora muitas pessoas não tenham consciência disso devido a postura da Igreja Católica e da imprensa em tais países - algo que confirma essa afirmação é o facto de um jornalista chegar a declarar, em clara oposição a uma ideia de democracia, que "[s]ó quem acredita que a Bíblia tem alguma relação com a palavra de Deus está habilitado para sobre ela fazer considerações éticas".[33] Claramente, não é necessário acreditar em um "poder ético" daquele livro para poder criticá-lo, basta ter consciência dos seus efeitos sociais, e isso afeta a todos, inclusive quem é ateu como Saramago. Conforme o próprio Saramago declarou, "como não sou inteiramente burro, ganhei muito cedo a consciência do peso da religião na vida humana. E como, depois, quando se entra em leituras históricas e se encontra com o desastre, digamos, do alargamento da influência do cristianismo, que isso custou cidades destruídas, milhares de pessoas mortas, assassinadas, degoladas, queimadas… As Cruzadas foram qualquer coisa que a Igreja devia pedir perdão!"[34]).
Em entrevista quando da publicação do livro Caim em 2009, o entrevistador observou que o livro havia sido publicado em Portugal, no Brasil e em Espanha, países maioritariamente católicos, e perguntou se Saramago achava que essa reacção iria continuar. Saramago, respondeu o seguinte: "Não, em Espanha, não. Publicou-se lá recentemente um livro do Fernando Vallejo, La puta de Babilonia, que se fosse eu a escrever aquilo cá em Portugal tinham-me dependurado num desses candeeiros da avenida. É de uma violência de denúncia e de crítica que é um autêntico bota-abaixo".[34]

Referências

  1. Terra, Ernani; De Nicola, José: Português: De olho no mundo do trabalho (editora: Scipione), p. 463
  2. Jornal da Poesia, pesquisado em 26 de Novembro de 2007, às 21:17.
  3. Morreu José Saramago. Diário Digital. Página visitada em 18 de Junho de 2010.
  4. Site da Cuatro, canal televiso - http://www.cuatro.com/noticias/noticias/muere-escritor-jose-saramago-87-anos/20100618ctoultpro_14/ [notícia em espanhol] (visitado a 18 de Junho de 2010)
  5. PUBLICO.PT - Revista de imprensa: Destaques do PÚBLICO. Página visitada em 28 de Outubro de 2009.
  6. Yahoo! Notícias (14 de Outubro de 2009). Saramago chama Igreja de "reaccionária" e acusa Bento XVI de "cinismo" (em português). Página visitada em 16 de Outubro de 2009.
  7. a b Ibidem.
  8. Diário de Notícias (20 de Outubro de 2009). Evangélicos defendem liberdade de expressão (em português). Página visitada em 23 de Outubro de 2009.
  9. a b Diário de Notícias (21 de Outubro de 2009). Igreja Católica já lê 'Caim' (em português). Página visitada em 23 de Outubro de 2009.
  10. a b c d e Público.PT (21 de Outubro de 2009). Saramago: Há muita coisa na Bíblia que vale a pena ler (em português). Página visitada em 22 de Outubro de 2009.
  11. Long Island Press (19 de Junho de 2010). Nobel-winning Portuguese novelist Saramago dies (em inglês). Página visitada em 18 de Junho de 2010.
  12. Hoje Lusofonia. José Saramago (em português). Página visitada em 19 de Junho de 2010.
  13. Público (18 de Junho de 2010). E Saramago chorou (em português). Página visitada em 19 de Junho de 2010.
  14. Agência Lusa (19 de Outubro de 2009). Teólogo acusa Saramago de fazer leitura "completamente unilateral" da Bíblia (em português). Página visitada em 23 de Outubro de 2009.
  15. Diário de Notícias (22 de Outubro de 2009). Saramago quer 'Caim' livro em vez de um caso político (em português). Página visitada em 23 de Outubro de 2009.
  16. iOnline (21 de Outubro de 2009). Saramago e a Igreja: história de amor e ódio (em português). Página visitada em 19 de Junho de 2010.
  17. Zero Hora (21 de Outubro de 2009). Em novo romance, Saramago desafia a Igreja (em português). Página visitada em 22 de Outubro de 2009.
  18. Expresso (25 de Outubro de 2009). José Saramago: "O que me vale, caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos!" (em português). Página visitada em 26 de Outubro de 2009.
  19. Tribuna da Conquista (23 de Abril de 2009). Papa adverte sobre interpretações da Bíblia (em português). Página visitada em 19 de Junho de 2010.
  20. Estadão (26 de Outubro de 2009). Papa reafirma que só Igreja Católica pode interpretar a Bíblia (em português). Página visitada em 19 de Junho de 2010.
  21. Yahoo! Notícias (19 de Outubro de 2009). Igreja critica novo livro de Saramago (em português). Página visitada em 24 de Outubro de 2009.
  22. TSF Rádio Notícias (21 de Outubro de 2009). Saramago devia renunciar à nacionalidade portuguesa, diz eurodeputado Mário David (em português). Página visitada em 24 de Outubro de 2009.
  23. a b TSF Rádio Notícias (23 de Outubro de 2009). José Saramago propõe direito à dissidência e heresia (em português). Página visitada em 24 de Outubro de 2009.
  24. TSF Rádio Notícias (21 de Outubro de 2009). Mário David revela atitude «inquisitória», diz Edite Estrela (em português). Página visitada em 24 de Outubro de 2009.
  25. Mail & Guardian Online (07 de Setembro de 2009). Berlusconi: Rift with Catholic Church 'a lie' (em inglês). Página visitada em 30 de outubro de 2009.
  26. News Kit (10 de Fevereiro de 2009). Berlusconi è il vero leader morale dei cattolici": parola di Baget Bozzo (em italiano). Página visitada em 30 de outubro de 2009.
  27. UAAR (14 de Setembro de 2009). Un Berlusconi super-cattolico e anti-risorgimentale (em italiano). Página visitada em 30 de outubro de 2009.
  28. Life in Italy (25 de Agosto de 2009). Berlusconi Expected at Catholic Indulgence Mass (em inglês). Página visitada em 19 de setembro de 2009.
  29. Catholic Online (09 de Setembro de 2009). Vatican Corrects Priests Over Eluana Englaro Euthanasia (em inglês). Página visitada em 30 de outubro de 2009.
  30. Xornal de Galicia (09 de Junho de 2009). Saramago: "O capitalismo fíxonos durmir e deixou a esquerda sen ideas" (em galego). Página visitada em 30 de Outubro de 2009.
  31. ESPBR (22 de Outubro de 2009). Sousa Lara compara Saramago a… Berlusconi (em português). Página visitada em 30 de Outubro de 2009.
  32. TSF Rádio Notícias (21 de Outubro de 2009). Alegre considera que Portugal não perdoa «grandeza» (em português). Página visitada em 24 de Outubro de 2009.
  33. João Miguel Tavares (Diário de Notícias) (27 de Outubro de 2009). As afirmações religiosas do ateu José Saramago (em português). Página visitada em 27 de Outubro de 2009.
  34. a b Diário de Notícias (25 de Outubro de 2009). "O Papa Bento XVI parece-me um hipócrita" (em português). Página visitada em 25 de Outubro de 2009.

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